Sempre esteve aberto ao mundo e contou com a participação de muitos escritores de renome, de várias geografias das línguas portuguesa e espanhola. Essa dimensão englobadora estará ainda mais presente este ano, com o festival literário Correntes d’Escritas presente, apenas, nas redes sociais do município da Póvoa de Varzim, sem mar à vista. A 22ª edição prestará homenagem ao escritor Luis Sepúlveda, desaparecido em abril do ano passado, grande entusiasta deste Encontro de Escritores de Expressão Ibérica em que, mais uma vez, tinha estado presente em 2020.
A exposição Diario Fotográfico Íntimo de una Amistad, com imagens do fotógrafo argentino, e seu amigo, Daniel Mordzinski, dá o mote. Os temas das mesas online terão por base afirmações do autor chileno ou frases retiradas das suas obras, como “seria insuportável ser imortal” ou “só voa quem se atreve a fazê-lo”. Afonso Cruz, Juan Gabriel Vásquez, Filipa Leal, Gonçalo M. Tavares, Lídia Jorge, Valter Hugo Mãe, Josep Maria Esquirol e Pepetela estão entre os participantes.
Este ano, o Prémio Literário Casino da Póvoa irá distinguir uma obra de poesia. Pelas freguesias do concelho foram gravados 22 pequenos episódios com leituras de poemas feitas por diseurs como Isaque Ferreira, João Rios, Rui Spranger. A 22ª edição também ficará marcada por um projeto especial: As Penélopes, livro que reúne textos em poesia e prosa, assinados por 12 escritoras, inspirados nesta figura da Odisseia, de Ulisses (que, tal como as mulheres desta comunidade, vê partir para o mar os seus homens). Esse imaginário terá outra tradução em 12 camisolas poveiras, cujos bordados conjugarão os tradicionais símbolos locais com as palavras de cada autora – serão apresentadas numa instalação artística exposta na Biblioteca Diana Bar.

Correntes d’Escritas > 26-27 fev, sex-sáb > grátis > cm-pvarzim.pt > www.facebook.com/correntesdescritas