Em pleno luto pela morte de Kim Ki-Duk, nome maior do cinema sul-coreano, chega às salas portuguesas Primeiro Amor, de Takashi Miike, realizador japonês, da mesma geração, que se tornou um cineasta de culto pela forma inventiva como trabalha o cinema de género. Sem a genialidade imagética de Ki-Duk e mais próximo de Takeshi Kitano ou de realizadores de Hong Kong como Johnnie To ou Ringo Lam, em Primeiro Amor, Miike conta-nos, sempre com a adrenalina nos píncaros, uma história de traição, vingança e amor no seio de um violento gangue mafioso. O filme eleva a ação a todos os excessos, com personagens quase imortais, como Leo, o protagonista, jovem boxeur a quem é diagnosticado um tumor cerebral.
Com mestria, mas sem fugir às regras, Miike reinventa os filmes baseados na Yakuza (a máfia nipónica), que se tornaram um subgénero no país, dando-lhe uma nova roupagem aliciante para a sua internacionalização. Não foi por acaso que este filme, apesar de ser marcado pelos preceitos do género, conseguiu ser selecionado para a Quinzena dos Realizadores, em Cannes. Por cá, estreou-se no MotelX e agora chega às salas por via da plataforma Cinema Bold.
Primeiro Amor > De Takashi Miike, com Becky, Bengal, Masayuki Deai > 108 min