Com direção-geral e artística da soprano Catarina Molder e produção da Ópera do Castelo, o Operafest apresenta um cartaz abrangente, variado e bastante irreverente, que vai dos grandes clássicos à ópera de vanguarda, não faltando sequer uma “rave operática”. Com o mote “Quanto pior, melhor”, que evoca “a essência trágica da ópera”, escreve a organização, o festival tem início sob “o tema da traição e do engano”, os principais instigadores da tal tragédia, sempre tão presentes nesta forma de arte total.
No jardim do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), entre 21 e 28 de agosto, será apresentada Tosca, de Puccini, que Lisboa não vê há 12 anos, num original cruzamento entre tradição e vanguarda. No mesmo local, nos dias 30 e 31 de agosto e 3 e 4 de setembro, terá lugar a Maratona de Ópera XXI, um concurso para novas óperas – em que serão apresentados sete espetáculos em estreia –, que, segundo a organização, representa uma “clara aposta na nova geração de compositores e intérpretes portugueses”, bem como na ópera do futuro.
Antes, a 25 de agosto, haverá ainda uma Gala de Ópera Surpresa, que terá como protagonista o tenor mexicano Rodrigo Porras Garulo, também ele numa estreia em palcos portugueses, para apresentar um repertório surpresa, composto por um conjunto de temas de ópera, zarzuela, canções e tangos, referentes a personagens traídas e enganadas, corações partidos, amores impossíveis e outras tragédias sentimentais.
Além de conferências e um ciclo de cinema nas Carpintarias de São Lázaro, uma das propostas mais originais do programa acontece a 5 de setembro, com a realização de uma Rave Operática com Distanciamento Social, no MNAA, em que a música pop e a ópera vão contagiar-se mutuamente. O momento marca também a estreia da micro-ópera orgásmica Prazer, de Ana Seara, a compositora em residência desta 1ª edição do festival. Para esta ocasião, e além da máscara “covideira” obrigatória, o público é desafiado a dar asas à imaginação e a mascarar-se com fantasias, do barroco ao futurismo.
OperaFest > Museu Nacional de Arte Antiga > R. das Janelas Verdes, Lisboa > T. 21 391 2800 > Carpintarias de São Lázaro > R. de São Lázaro, 72, Lisboa > T. 21 3815 891 > 21 ago-11 set, 21h > €8 a €50