Desta vez, o efeito encantatório de uma das salas de espetáculo mais bonitas do País sente-se à distância. Ainda que as portas do Theatro Circo, em Braga, estejam encerradas, manteve-se a celebração dos seus 105 anos de existência, para esta terça, dia 21, e dezenas de artistas juntam-se à festa, através de diretos nas suas páginas de Instagram (cada endereço estará disponível nas redes sociais do Theatro Circo). “Foi-lhes dada carta branca, se bem que a maioria trabalhará na sua área específica”, conta Paulo Brandão, o diretor artístico. “O Conan Osíris [o músico tem uma relação especial com o Theatro Circo, onde já deu dois concertos] terá uma performance um pouco diferente e haverá surpresas, por exemplo, do Valter Hugo Mãe, do António Durães e do Adolfo Luxúria Canibal”, o trio que se dedicará à poesia, com muitas memórias daquele lugar. Performances intimistas de 30 minutos, distribuídas entre as 13h e a 00h, que invadirão a casa do público através dos pequenos ecrãs dos telemóveis.
Os festejos arrancam com dança, primeiro com o coreógrafo Duarte Valadares a juntar-se ao intérprete André Cabral para a apresentação de Rubble King, e depois com Mara Andrade, às 13h30, que explorará e documentará a utilidade performativa do seu corpo em The Lonely Tasks. Segue-se uma maratona de música, de estilos muito distintos, desde a voz doce da brasileira Tainá ao piano de Joana Gama, do fado de Ana Moura à música eletroacústica da harpista espanhola Angélica Salvi, de Pedro Abrunhosa à moçambicana Selma Uamusse, de Rita Redshoes ao projeto Cachupa Psicadélica. Atuações que alternarão com boas doses de poesia. As comemorações terminam à meia noite, com a performance da drag queen Doll Maron. “Vale tudo. A cultura e a arte são um bem essencial à nossa existência, e isso tem-se comprovado durante os dias que correm, por isso preparamos um dia repleto de música, poesia e dança”, sublinhava o comunicado do Theatro Circo.