Assistimos ao reforçar de extremismos, fronteiras e incomunicação, mas há quem persista em identificar o “comum em tempos de confusão”. Esse será o foco da quinta edição do Mexe, cujo formato de Encontro Internacional de Arte e Comunidade sempre procurou “a diversidade, o confronto construtivo, as relações horizontais e responsáveis como estímulo à evolução humana e à democracia”, como sublinha Hugo Cruz, o diretor artístico. A programação envolve cidadãos, artistas, coletivos, parceiros formais e informais (400 pessoas, de 27 grupos de seis países para 70 ações) promovendo diálogos improváveis e cruzamentos múltiplos, explorando alternativas de criação artística mas também de organização social e política.
De Espanha, chega Bots pel Calvi, performance da Basket Beat Orquestra que cruza instrumentos musicais convencionais com bolas de basquetebol, e Synectikos, do Coletivo Lisarco, “peça coreográfica feita da interação entre dança, música e artes visuais”, numa contínua reconstrução do espaço. Do Brasil, Isto é um Negro?, “estudo sobre a negritude”, com o palco do Teatro Carlos Alberto a transformar-se em lugar de luta contra o racismo, e ainda Quando Quebra Queima, espetáculo dos estudantes envolvidos nas ocupações e manifestações secundaristas em 2015/16, exibido na Escola Alexandre Herculano.
A juventude estará em marcha no Mexe com propostas como #Nãoénão, criação de um grupo de adolescentes portugueses sobre estereótipos de género e assédio sexual. Muitos dos espetáculos serão apresentados em espaço público: Viajar no Tempo dos Outros – Fontainhas, uma criação de Tânia Dinis com atuais e antigos moradores deste bairro do Porto, no lavadouro comunitário; Children of the New World, performance de dança sobre o abuso infantil, de Samwel Japhet (da Tanzânia), ocupará a estação de metro da Trindade e a escadaria da igreja de Santo Ildefonso.
Mexe – Encontro Internacional de Arte e Comunidade > Vários locais da cidade do Porto > T. 91 529 0764 > 16-22 set, seg-dom > grátis a €5