Há um risco assumido na programação do Westway LAB Festival, este de convocar músicos de diferentes nacionalidades e experiências culturais para unirem forças, torcendo para que, após uma semana de residência no Centro de Criação de Candoso, em Guimarães, os resultados artísticos consigam surpreender o público. “Há muitas coisas que apenas são reveladas em palco, como programador não tenho uma posição de conforto”, revela Rui Torrinha. A experiência das edições anteriores diz-lhe que, a partir desta primeira empatia musical, se formam composições muito originais e, por vezes, parcerias mais definitivas. “O que pretendemos é estimular e financiar o processo de criação, os músicos são depois livres de decidir o rumo das coisas”, sublinha.
Os imprevisíveis e irrepetíveis showcases das residências artísticas, dias 11 e 12 no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), são apenas uma das originalidades do formato do Westway LAB, que desde a última edição também comissaria um projeto de criação. Este ano, os escolhidos foram os músicos Valter Lobo e André Barros, que darão a conhecer a sonoridade dos Lobos de Barro no concerto de estreia, dia 13, no CCVF, com direito a edição futura. “É a possibilidade de mostrarmos o que se faz cá dentro a uma série de programadores internacionais que vão estar no festival”, adianta Rui Torrinha. Mais de uma centena de profissionais ligados à música participarão nas Conferências PRO, dias 11 e 12, apresentando olhares muito distintos sobre a indústria discográfica.
Como símbolo máximo do artista independente, que gere a sua própria carreira, surge Manel Cruz, conhecido por projetos como os Ornato Violeta, Pluto, Super Nada e Foge Foge Bandido. Este mês, lançará um novo álbum de originais, que o público do WestWay Lab terá a oportunidade de ouvir primeiro, dia 14, no CCVF.
Pela primeira vez, o festival focará um país, a Áustria. “Queremos promover um conhecimento geral da cena musical austríaca, com 5 projetos muito diversos”, explica Rui Torrinha. O duo Cari Cari (descrito como uma mistura dos The Kills com os The XX), a voz terna e melancólica de AVEC, a eletrónica dos Leyya e de MOTSA ou a sonoridade difícil de categorizar dos Molly prometem agarrar o público português. Em setembro, será a vez de Viena promover um country focus dedicado a Portugal, no âmbito das parcerias internacionais desenvolvidas.
Os músicos portugueses estarão em destaque no WHY Portugal Stage, um palco para fomentar a sua internacionalização. Os projetos Moonshiners, Isaura, OMIRI e Stereossauro irão apresentar-se aos profissionais estrangeiros no dia 13, a partir das 17h, na Black Box do Centro Internacional das Artes José Guimarães. Durante a tarde do dia 14, haverá ainda muitas bandas, nacionais e internacionais, para descobrir em vários palcos, convidando o público a circular pela cidade. Serão 8 city showcases protagonizados por Gobi Bear, Daily Misconceptions, Joana Guerra, Time For T, Elizabete Balcus, Nery, Vita and The Woolf e Mathilda, apresentados no Convívio Associação Cultural, no CAAA, no All Guimarães e no Bar da Ramada. Para afirmar Guimarães como território de criação e de fruição.
Westway LAB Festival > Centro Cultural Vila Flor > Av. D. Afonso Henriques, 701, Guimarães > T. 25 342 4700 > 11-14 abr, qua-qui 21h45, sex 17h-23h45, sáb 15h-00h45 > €12 passe Westway LAB Total, €7,50 passe Westway LAB Stage