
A primeira exposição de pintura de Teresa Canto Noronha é constituída por 12 desenhos a tinta-da-china sobre papel
A estreia de Teresa Canto Noronha no Porto, onde leva a exposição A Falácia da Perfeição ao Palácio da Bolsa, a partir desta quinta, 2, assinala também a primeira exposição de desenho e pintura da artista plástica e jornalista da SIC, até agora, ligada, sobretudo, à instalação escultórica.
Quando começou a desenhar e a construir esta mostra – constituída por 12 desenhos a tinta-da-china sobre papel, e algumas colagens –, Teresa Canto Noronha foi-se questionando por que razão deitava fora o desenho quando este não estava de acordo com aquilo que pretendia. A dada altura, tomou consciência que procurava “uma coisa que era impossível de alcançar”, relembra. “Perdemos demasiado tempo à procura da perfeição, e ela não existe”, acabaria por constatar. Daí ter começado “a construir os desenhos com erros de simetria propositados”. “Os detalhes não têm importância nenhuma, desde que o todo seja harmonioso”, reforça.

Os desenhos da artista foram crescendo a partir de pequenos detalhes de 1,3 milímetros
As 12 obras coloridas (a maioria com dimensões de 1,30 x 1,10 metros, que foram crescendo a partir de pequenos detalhes de 1,3 milímetros), com mandalas dentro, dar-nos-ão, pois, “a ilusão de simetrias perfeitas”. Este trabalho, conta-nos Teresa Canto Noronha, surgiu de uma “análise interior pessoal, de um processo de comportamento”, através do qual acabaria por constatar que “a perfeição não existe”. Uma conclusão, confessa a artista açoriana, que acabaria também por lhe “mudar a vida”.
A exposição A Falácia da Perfeição, em parceria com a Associação Comercial do Porto, pode ser vista até 21 de dezembro.
A Falácia da Perfeição > Palácio da Bolsa (Sala dos Claustros do Tribunal), R. Ferreira Borges, Porto > T. 22 339 9000 > 2 nov-21 dez, seg-dom 9h-18h30 > 2 nov, qui grátis; 3 nov-21 dez €8,50