Paulina, de Santiago Mitre, vive graças à estrondosa atriz Dolores Fonzi
Juntamente com o novo cinema chileno, o cinema argentino tem-se revelado um dos mais consistentes e desafiantes da América do Sul, com obras que têm merecido reconhecimento internacional. É por isso de maior interesse este segundo AR, festival dedicado a filmes da Argentina. Uma das mais impressionantes obras é A Mulher dos Cães, de Verónica Linás, com uma interpretação extraordinária da própria Verónica Linás. Um filme de atriz, que revela uma imensa solidão, num olhar sobre o outro: uma mulher sem-abrigo, que cuida dos cães que a burguesia urbana abandona no “seu” campo.
Paulina, de Santiago Mitre, é outro filme que vive graças à estrondosa Dolores Fonzi. Conta a história de uma mulher que se mantém fiel às seus princípios humanos e ideológicos, mesmo depois de ter sido violada pelo ex-namorado. Presente no Festival de Berlim, O Incêndio, de Juan Schnitman, também se destaca, pelo engenhoso artefacto em volta da história de um casal, convertendo-se quase num thriller. No total são nove longas-metragens e quatro curtas que representam o melhor cinema argentino recente.
AR – 2.º Festival de Cinema Argentino > Cinema São Jorge > Av. da Liberdade, 175, Lisboa > T. 21 310 3402 > 29 jun-3 jul, qua-dom > €4
