O Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto está de regresso, mas, desta vez, traz cinema sem película. “Está tudo dentro de uma caixinha. Como é feito em digital, uma simples pen resolve o problema”, diz Mário Dorminsky, diretor do festival, explicando a redução de custos e lembrando que, durante anos, os maiores gastos eram os do transporte de filmes.
Contas e polémicas à parte, a 36ª edição começa no Teatro Municipal Rivoli esta segunda-feira, 22, e por lá vai ficar até 6 de março. O festival volta ao cinema da América Latina, onde se encontram “os novos nomes do cinema”, sublinha Dorminsky, e mostra também filmes de alguns países da Europa de Leste, que “voltam a ter presença significativa”. A antestreia mundial de Gelo, dos portugueses Luís e Gonçalo Galvão Teles, marca a noite da abertura oficial, quatro dias depois, na sexta–feira, 26. Realizado “a quatro mãos” ou “de forma bicéfala”, como foi apresentado, e tendo a espanhola Ivana Baquero (Labirinto de Fauno, de Guilhermo del Toro) como protagonista, Gelo é “um filme de atores, de imaginação e descoberta, que pede ao espectador que viva duas vidas numa só”. Nicolau Breyner, “um homem de cinema”, descreveu Beatriz Pacheco Pereira, será a personalidade do ano, a receber a homenagem do festival.
Na programação estão presentes 40 países, com cerca de 200 filmes inéditos, sobre temas atuais como a violência, o desenraizamento social, a juventude e as migrações, como Anti-Social, de Reg Traviss, e Bridgend, de Jeppe Ronde. Nesta maratona cinéfila, são 63 os filmes de produção nacional, entre muitas curtas e uma longa-metragem: Cru, de João Camargo.
Micho Manchevski abre e fecha o Fantas. Além da exibição de Dust, o primeiro de quatro filmes do realizador macedónio, que vai ao Porto receber o prémio carreira, poderemos ver também Before the Rain, de 1994, que conquistou o Leão de Ouro em Veneza.
Teatro Municipal Rivoli > Pç. D. João I, Porto > T. 22 339 2201 > 22 fev-6 mar > €5/sessão; €100/livre trânsito