É um nome que associamos imediatamente ao Porto e à relação apaixonada da cidade com o desporto: Rosa Mota, a atleta que tantas alegrias deu ao País, nomeadamente com a conquista da medalha de ouro na maratona dos Jogos Olímpicos de Seul em 1988. Foi Paulo Cunha e Silva, o antigo vereador da Cultura da câmara municipal do Porto, quem teve a ideia de lhe prestar homenagem e de convidar o encenador Pedro Zegre Penim a dar corpo a este “espetáculo desportivo-teatral muito particular”, como é descrito. Depois da estreia, em novembro, desta que foi a primeira produção própria do Teatro Municipal Rivoli (na altura, desdobrada em duas peças, uma delas dedicada ao futebolista Fernando Gomes), O Nome da Rosa chega ao Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, esta quinta-feira, 14, e aí fica até domingo, 17.
Na peça (cujo nome remete para o romance de Umberto Eco), Penim recria o Campeonato Europeu de Atletismo de 1982, em Atenas, e aquela que foi a primeira maratona feminina oficial e a estreia de Rosa Mota nesta corrida clássica, surpreendendo todos com a conquista do pódio. Um regresso à Grécia do encenador (uma das caras do Teatro Praga), país que também inspirou a sua mais recente criação (Tear Gas), embora desta vez tenha focado a sua investigação na cidade de Maratona e nos significados da palavra meta. Habituada às luzes da ribalta, a atleta olímpica terá uma breve aparição em palco, sendo o restante elenco composto pelos autores (Pedro Zegre Penim e Hugo van der Ding) e um grupo de jovens atrizes, entre as quais se destaca Mariana Magalhães. Um espetáculo sobre a própria construção de um espetáculo à volta de Rosa Mota, que está longe de cair na biografia pura e simples desta figura nacional, colocando em jogo as memórias afetivas de um povo e a forma vibrante com que lida com o desporto.
O Nome da Rosa > Teatro Nacional D. Maria II > Pç. D. Pedro IV, Lisboa > T. 21 325 0800 > 14-17, qui-sáb 21h, dom 16h > €5 a €17