Raízes, primeira série documental do canal Casa e Cozinha, é uma jornada por um Portugal autêntico e rico em sabores, cultura, paisagens e tradições. Realizada por Nuno Garcia, ao longo de dois episódios, com 50 minutos cada, dá-nos a conhecer os chefes de cozinha Vítor Adão e Cláudio Pontes, nascidos em Trás-os-Montes e nos Açores, respetivamente, que mantêm uma profunda ligação às suas origens, ao local onde cresceram, aos sabores da infância e aos produtos locais.
É na aldeia de Carvela, em Chaves, onde o chefe Vítor Adão, 32 anos, nasceu e cresceu, que se passa grande parte do primeiro episódio da série, transmitido neste sábado, 25, às 19 horas. Naquele recanto transmontano, o chefe de cozinha do restaurante Plano, em Lisboa, gosta de ir principalmente para ver os padrinhos Amândio Teixeira e Carminda Alves, e carregar baterias. Mas também para cozinhar e passar tempo com os amigos, como Tiago Melim, criador de cabra serrana transmonta, e Pedro Medeiros, proprietário da Casa do Pedro, que faz parte da Rota das Tabernas do Alto Tâmega.
Das memórias de infância e adolescência passadas à volta da lareira às paisagens verdejantes, às idas ao rio para pescar e à matança do porco, Vitor Adão vai contando, ao longo de 50 minutos, o seu percurso. Ficamos a saber que aos 14 anos larga a vida de pastor para frequentar o curso de cozinha e que as boas notas e o talento nesta área ditaram a sua passagem pelo restaurante de Rui Paula. Depois, Ljubomir Stanisic convida-o para chefe executivo do grupo 100 Maneiras, onde esteve durante quatro anos até se lançar a solo no restaurante Plano, em Lisboa, onde cozinha com fogo, sem fogão, como sempre fez desde pequeno. “Não sei se nasci para cozinhar, mas nasci para comer e beber bem”, ouvimos Vítor Adão dizer, um homem de afetos, que anda sempre de isqueiro e navalha no bolso, e que faz questão de levar os produtos da sua terra para a cozinha do seu restaurante no bairro da Graça.
Um mergulho no mar dos Açores
Cláudio Pontes, 42 anos, leva-nos a viajar pelas paisagens e sabores da ilha de São Miguel. “Não sou chefe, chefe é um posto, eu sou cozinheiro. Gosto de cozinhar e que a minha alma seja transportável num prato”, explica no início do segundo episódio de Raízes, que será exibido neste domingo, 26, ao final da tarde, no canal Casa e Cozinha.
É na imensidão das águas dos Açores, ora dentro do barco ora na água a fazer pesca submarina, que vai buscar a maior parte da matéria-prima (muitas vezes escolhe espécies menos nobres) para cozinhar. Do mar para a terra, dá-nos a conhecer o projeto Bio Kairo, uma quinta que produz de forma biológica e fomenta a inclusão social, em Ponta Delgada, onde escolhe os legumes e a fruta que usa na sua cozinha. Também visita a queijaria O Rei dos Queijos, um verdadeiro templo para apreciadores de queijo com várias curas.
Ao longo do episódio, Cláudio Pontes recorda ainda a experiência adquirida com o chefe de cozinha Aimé Barroyer, no restaurante Tavares Rico e o dia em que receberam a Estrela Michelin, entre outras experiências pessoais e profissionais. Pelo meio, o cozinheiro revela que o gosto por esta área despertou durante a sua passagem pela Marinha Portuguesa. Já com um curso profissional, trabalhou em vários restaurantes, entre eles, o Hotel Meridian e o Pestana Palace Hotel, em Lisboa.
Aos Açores, regressou em 2016, para liderar durante cinco anos a cozinha do restaurante À Terra, no Hotel Azor, em Ponta Delgada. Por agora, e enquanto não abre o seu restaurante (espera consegui-lo até ao final do ano), dedica-se ao Fogo na Quinta, um projeto em parceria com a Chefs Agency que organiza experiências gastronómicas. Sempre em busca de novos produtos e sabores para criar pratos de inspiração açoriana com ingredientes locais, na mesa de Cláudio Pontes não podem faltar os queijos DOP, o peixe do mar dos Açores, os legumes, e, acima de tudo, a sua família e os amigos.
Raízes > Canal Casa e Cozinha > 25-26 jun, sáb-dom 19h