Na infância passada no Indiana, Roy Halston Frowick (1932-1990) fazia chapéus para animar a vida difícil da sua mãe. Nessa altura, estava longe de imaginar que em 1961, aquando da tomada de posse de J. F. Kennedy, a futura primeira-dama dos EUA, Jackie Kennedy, mostraria ao mundo o modelo pillbox, por si criado. Halston ganhava assim notoriedade, e nos armazéns Bergdorf Goodman da Quinta Avenida, em Nova Iorque, havia filas para comprar o chapéu. O sucesso não duraria, no entanto, para sempre e o impetuoso, intempestivo e arrogante chapeleiro precisou de se reinventar. Mais do que uma vez até, passando por fases em que se vitimizava.
Halston, numa interpretação sem trejeitos forçados do ator Ewan McGregor (Trainspotting, Moulin Rouge, Star Wars), nunca trabalhou sozinho, rodeando-se de uma equipa criativa, da qual fazia parte a cantora (e sua musa) Liza Minnelli (Krysta Rodriguez), o figurinista e futuro cineasta Joel Schumacher (Rory Culkin), o ilustrador Joe Eula (David Pittu) e a designer de joias Elsa Peretti (Rebecca Dayan).
Esta nova minissérie de cinco episódios tem a assinatura de Ryan Murphy (The Prom, Pose, Hollywood, Glee), exímio no retrato da América dos anos 40 a 70 do século XX, e que já tinha enveredado pelo universo da moda em O Assassinato de Gianni Versace: American Crime Story.
Apesar dos gostos excêntricos de Halston – que viveu muitas vezes acima das suas possibilidades, a consumir cocaína desmesuradamente, bebendo e tendo relações sexuais com muitos homens –, este é um trabalho elegante e sóbrio que relembra a época áurea da discoteca Studio 54, com muitas mulheres a começarem a usar peças de roupa mais simples, tecidos leves e fluidos, criando um estilo urbano descontraído, tão em voga nos nossos dias.
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Halston > Já disponível na Netflix