Poderosas, carismáticas e inesquecíveis. Assim foram Margaret Thatcher, política britânica, e Diana Spencer, princesa de Gales ao casar-se com o príncipe Carlos. Poderosas e marcantes são também as interpretações de Gillian Anderson nesta quarta temporada de The Crown, como Thatcher, e de Emma Corrin, jovem em ascensão, como Diana. É notável o trabalho de cada uma destas atrizes em que, além das semelhanças e da make-up, por vezes só um ajeitar de ombros ou um olhar caído falam por si.
Com os anos 80 do século XX à porta, começa a mudar o visual e a estética da série criada por Peter Morgan. Ambiente menos imperial e mais citadino, numa Londres a fervilhar. Os britânicos continuavam na Irlanda e a luta republicana irlandesa pela liberdade entrava numa nova fase, mais sangrenta. “Era o que faltava ao país. Duas mulheres no leme do barco”, indigna-se o duque de Edimburgo (Tobias Menzies) no dia das eleições, com o Partido Conservador à frente nas sondagens.
“Teimosa, obstinada e perigosamente dona da verdade”, lia-se nos jornais sobre Margaret Thatcher, líder da oposição até 1979. “As mulheres em geral não estão à altura dos altos cargos. Tornam-se demasiado emotivas”, refletia no dia em que a rainha Isabel II (Olivia Colman) a convidava para formar governo. Seria a primeira mulher no cargo de primeira-ministra britânica. Na casa dos 30 anos, o príncipe Carlos (Josh O’Connor) interessa-se por Diana Spencer, mesmo tendo um relacionamento com Camilla Parker-Bowles, casada. Hoje, sabemos que a história não teve um final feliz.
Ao longo dos novos dez episódios, passados entre 1977 e 1990, Peter Morgan divertiu-se a explorar diferenças e semelhanças entre Thatcher e a rainha que mantinham uma relação tensa, enquanto o conto de fadas, no seio de uma família real fraturada, tentava unir o povo.
The Crown > Estreia 15 nov, dom > Netflix