Numa era televisiva pós-Guerra dos Tronos, com uma audiência mundial sedenta por novos universos de fantasia, a probabilidade de The Witcher ser uma boa série é maior do que as hipóteses de Guerra dos Tronos tornar-se um bom videojogo. The Witcher vem assim preencher um certo vazio de magia e de guerra medievais que a cultura pop enfrenta. Entre lutas de espadas, feitiçaria e sedução, poderá o género fantástico de Andrzej Sapkowski, escritor polaco de 71 anos, superar a série de George R.R. Martin? A coleção de cinco volumes de Wiedźmin, no original, conta com personagens marcantes, monstros míticos, batalhas brutais e intriga política, num misterioso império continental, originalmente fundado por elfos, depois disputado por anões e elfos e, finalmente, conquistado por humanos. A produtora Lauren Schmidt Hissrich, responsável também pela adaptação do texto original para ficção televisiva, quis uma primeira versão da série começada pelo último livro, A Senhora do Lago, em que a personagem Cirilla era a protagonista. Mas depois a base passou a ser o primeiro volume, O Último Desejo, com o holofote apontado também a Geralt de Rivia, o bruxo mutante e caçador de monstros.
A cena inicial da luta de Geralt de Rivia com um kikimora, criatura a puxar para um aracnídeo gigante, é um convite para ver os oito episódios desta primeira temporada, uma forte aposta da Netflix para o final de ano. O ator Henry Cavill surge de cabelo branco comprido e espada às costas, com um ar bem mais medieval do que na saga Super-Homem. Quando chega a Blaviken, não é bem-vindo por todos. Com uma guerra iminente no reino de Cintra e com a morte da rainha, a sua neta Cirilla (Freya Allan) tem apenas um objetivo: encontrar Geralt de Rivia, para quem matar é um mal menor.
Esta não é a primeira adaptação de The Witcher. Em 2001, houve um filme e, em 2002, uma adaptação para TV. Em ambas, o escritor Andrzej Sapkowski não fez parte da equipa criativa, ao contrário do que acontece nesta produção.
The Witcher > Estreia 20 dez, sex