A partir desta sexta, 18, e até 18 de dezembro, a Casa Aberta Santo Infante vai ocupar dois apartamentos no número 23 da Travessa do Monte do Carmo, no Príncipe Real. Embalados pelo sucesso da edição do ano passado, por onde passaram cerca de duas mil pessoas, os irmãos Paz e Gonçalo Braga voltam a mostrar que se pode decorar não uma, mas duas casas inteiras e completamente diferentes com design português. A iniciativa segue a linha de trabalho na Santo Infante, a loja de decoração e mobiliário que têm em Lisboa.
“São dois apartamentos com características muito diferentes do anterior. Estavam recuperados e prontos a habitar, não fizemos obras, foi só decoração”, contam os irmãos. Quem passou pela casa de Santos em 2021 nota a diferença, e vai surpreender-se mais uma vez com o trabalho de Paz Braga, arquiteta de formação. “São casas reais, para pessoas reais”, diz.
Nos dois apartamentos – um designado de Casa Aberta, o outro de Casa Conceito –, estão representadas 54 marcas portuguesas, 30 das quais são novidade. É o caso dos candeeiros Ana Paula Almeida e da Luumi Handmade, do mobiliário Daciano da Costa ou da cerâmica da Mufla e da Costa Verde.
O catálogo digital, disponível para consulta através de um QR Code, dá conta de todas as peças presentes, para que nada lhe escape. Descubram-se, logo à entrada, as discretas prateleiras de madeira da SoSo, onde repousam desenhos do atelier Daciano Costa e se penduram as chaves através de um sistema de íman disfarçado. Na sala, encontram-se as caixas em lã e cestaria da Maria Pratas e a bandeja de madeira serigrafada do atelier Voa. Já na casa de banho, os sabonetes da Slow Soaps mais parecem pinturas e merecem toda a atenção.
Nesta edição, voltam a ter peças feitas exclusivas, exemplo de um painel de tapeçaria de Rita Kroh, do tapete da Sugo Cork Rugs e do móvel de televisão, biombo e estantes de escritório da Join. Também o móvel e a secretária da Re.SK8, feitos a partir de tábuas de skate recuperadas, foram produzidos para a Casa Aberta.
“O bom das marcas portuguesas, além da qualidade, é poderem ser personalizáveis”, diz Paz, que gosta de desafiar os artistas e criar-lhes oportunidades para saírem fora da sua zona de conforto. “Esse é também um dos nossos objetivos”, confirma, enquanto mostra o painel cerâmico feito para a parede da sala de jantar por Rita Machado da Clementina Atelier.
Outra das características da Casa Aberta é dar ferramentas para que se consiga visualizar os espaços. “Normalmente as pessoas têm essa dificuldade, nós damos o ambiente e o contexto”, afirmam os irmãos. No painel da Azulcer, por exemplo, é possível testar combinações de cores e texturas dos azulejos da marca. O mesmo se passa com os painéis de papel de parede, desenvolvidos em parceria com a Richimi Factory e a designer Elizabeth Olwen, aplicados no quarto e na parede do duche da casa de banho.
A Casa Aberta é também uma casa para ser vivida. Por isso, conta com um programa de atividades, do qual fazem parte os encontros promovidos com a Portugal Faz Bem, conversas, workshops e oficinas. A primeira, “Hora do Conto & Oficina : Que planeta é este?”, é já neste sábado, 19, às 15 horas, numa parceria com a Orfeu Negro, a editora que, a par da Tinta-da-China, também marca presença nesta edição.
Há ainda uma loja pop-up com várias marcas representadas na loja Santo Infante e uma árvore de Natal solidária. Na parede do patamar da Casa Conceito, onde todas as atividades acontecem, estão penduras chaves da Casa Achilles (Loja com História de Lisboa) que podem ser compradas pelo valor que se quiser dar, e são depois penduradas na árvore. O valor angariado reverte a favor da Just a Change, uma organização que ajuda a reabilitar casas para pessoas carenciadas.
Casa Aberta Santo Infante > Tv. do Monte do Carmo, 23, 2º e 3º andar, Lisboa > 18 nov-18 dez, ter-sáb 10h-19h > grátis