1. Olhar as estrelas
Sentados na cadeira, a paisagem gira depressa, mas este não é um carrossel igual aos outros. Nós somos a Terra que roda sobre si própria, ao mesmo tempo que faz o seu caminho em redor do Sol. Instalado ao ar livre, o Carrossel Telúrico é um dos oito módulos interativos do Centro de Ciência Viva de Constância, que ajuda a compreender os movimentos de rotação e translação do nosso planeta, as fases da Lua e os eclipses. A volta só fica completa depois de se assistir a uma sessão no Planetário e de experimentar o Giroscópio, utilizado nos treinos de pilotos e astronautas e que simula uma nave fora de controlo. Programe a visita para sábado, dia em que os telescópios se apontam ao céu, e é ver os miúdos encantados com estrelas, planetas, constelações e nebulosas que ficam a anos-luz. Centro de Ciência Viva de Constância > Alto de St. Bárbara, Via Galileu Galilei, 817, Constância > T. 249 739 066 > ter-sex 9h30-13h, 14h30-18h, sáb 15h-19h, 21h-22h30, dom e feriados 15h-19h (requer marcação prévia) > €3, €3,50 (planetário), €5 (observação noturna)
Outra sugestão: Observatório Lago Alqueva, Monsaraz
2. Descobrir como se vivia no tempo das cavernas
As pinturas rupestres do Vale do Côa, o maior museu ao ar livre do Paleolítico, podem ser vistas numa viagem de caiaque (para maiores de 5 anos) pelo rio Côa. Partem da Canada do Inferno, o primeiro sítio de arte rupestre identificado, e a partir da água, remando ao longo de cinco quilómetros (ida e volta), é possível observar as gravuras de uma outra perspetiva. Em terra, além do Museu do Côa, há três visitas orientadas ao parque, de duas horas: Penascosa, que além de ser a mais rica, permite observação noturna, Canada do Inferno e Ribeira de Piscos. A melhor época para ir é na primavera e no outono, estações com temperaturas mais amenas. Parque Arqueológico do Vale do Côa > R. do Museu, Vila Nova de Foz Côa > T. 279 768 260, 96 577 8799 > €16, 4-12 anos €7,50 > requer marcação
Outra sugestão: Museu Interativo do Megalitismo, Mora
3. Passear nas árvores
Para quem tem espírito aventureiro e mais de 1,40 m, não falta o que fazer no Pena Park Aventura, entre as 20 atividades em terra, mar e água para todas as idades. O Fantasticable permite “voar” a 130 km/hora sobre uma paisagem verde, mas poderá optar-se por começar devagarinho, numa caminhada no leito do rio ou fazer um dos três percursos do circuito de habilidades em altura, entre as copas das árvores. Para os mais radicais, é deslizar montanha abaixo por entre curvas e contracurvas ou conduzir os crazy karts para uns quantos drifts. O parque, em Ribeira de Pena, junto ao Parque Natural do Alvão, dispõe de três bungalows. Pena Park Aventura > R. do Complexo Turístico de Lamelas, 2, Portela de Santa Eulália, Ribeira de Pena > T. 259 498 085, 93 501 0875 > adultos a partir de €27, crianças a partir de €16
Outra sugestão: Parque Municipal do Cabeço de Montachique, Loures
4. Observar aves
Nem sempre é possível ver-se raridades como o pelicano-branco ou o merganso-grande, embora já tenham sido fotografados na zona. Por isso, pede-se paciência e tempo a quem pretende observar aves na zona lagunar de Salreu, em Estarreja. Ali encontra-se uma das maiores colónias de garças-vermelhas, que aproveitam esta altura para nidificar. Graças à valorização deste ecossistema natural, através da BioRia, projeto da Câmara Municipal de Estarreja, requalificou-se a zona e criou-se uma rede de percursos pedestres e cicláveis, em contacto com a Natureza. São uma espécie de mosaico de habitats diversos, de rara beleza paisagística, para percorrer sem pressa, numa visita guiada por biólogos, durante todo o ano. BioRia > Centro de Interpretação Ambiental, R. do Cadaval, 53, Salreu, Estarreja > T. 96 277 4466 > ter-dom 9h30-12h30, 14h-18h > €2
Outra sugestão: Centro Interpretativo da Lagoa Pequena, Sesimbra
5. Ver a maior coleção de ovos
Na Galeria da Biodiversidade, não há um, mas muitos percursos para explorar. Instalada na Casa Andresen, no Jardim Botânico do Porto, trata-se de um centro de ciência viva que cruza arte, biologia e história natural. Em redor do átrio, onde está o esqueleto de uma baleia, distribuem-se 49 módulos temáticos e instalações com nuances literárias (ou não tivesse sido esta a casa de Sophia de Mello Breyner Andresen). Atente-se nas dezenas de ovos e ovoides, alinhados por tamanho, cor e forma, ou no bater do coração da baleia. Disponível na galeria e no jardim, o programa de experiências conta com oficinas de escrita criativa, arte e ciência. A cafetaria abre neste mês de junho, com esplanada junto ao roseiral, num convite a tardes tranquilas. Galeria da Biodiversidade > R. do Campo Alegre, 1191, Porto > T. 22 040 8700 > ter-dom 10h-13h, 14h-18h > €5, 5-17 anos €2,50, bilhete família €14 (2 adultos e 2 crianças até 17 anos)
Outra sugestão: Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa
6. Shot de adrenalina
Adrenalina e emoção não faltam no túnel de vento da Dream Fly, aberto há um ano, na Maia. Com sete metros de altura por três de largura, permite fazer paraquedismo e queda livre sem os perigos de um salto de avião. Neste simulador de paraquedismo indoor, adequado para crianças a partir dos 4 anos, o vento chega aos 300 km/hora (graças a motores), o que faz o corpo flutuar. O “voo” inclui treino, equipamento (fato, óculos e capacete) e é acompanhado por um instrutor. Da aprendizagem básica às acrobacias, a atividade promete arrancar sorrisos e provocar sensações fortes numa experiência com a duração de dois minutos. A Dream Fly deverá abrir em Sintra, no verão. Dream Fly > Parque Auchan, Estrada Nacional 14, Maia > T. 96 929 1413 > qua-dom 12h-21h > a partir de €3
Outra sugestão: Kartódromo Internacional de Palmela
7. Andar de gaivota
Há muitas formas de partir à descoberta do Interior do País e as praias fluviais podem ser uma delas. No nordeste transmontano, na albufeira do Azibo, em Macedo de Cavaleiros, encontra-se um imenso lago, onde convivem várias espécies de peixes e de anfíbios, com uma rede de percursos sinalizados, para fazer a pé ou de bicicleta, e duas praias com bandeira azul: Fraga da Pegada e Ribeira. Além de parque infantil, parque de merendas e uma área relvada com muitas árvores, há gaivotas e caiaques na época balnear. Albufeira do Azibo > Jardim 1º de Maio, Macedo de Cavaleiros
Outra sugestão: Congida, Freixo de Espada à Cinta
8. Voltar ao tempo dos dinossauros
Percorrer os vários trilhos do Dino Parque da Lourinhã é uma verdadeira aventura. Entre árvores e vegetação, espreitam mais de 180 réplicas de dinossauros à escala real. Tyrannosaurus rex, Ankylosaurus ou Lourinhanosaurus, uma das cerca de 12 espécies que existiram em Portugal, e o novo residente, o Supersaurus, um quadrúpede herbívoro com 45 metros de comprimento, levam os visitantes numa viagem do Paleozoico, antes dos dinossauros, até ao Cretácico, com passagem pelo Jurássico. No novo Paleo Camp, zona que recria um local de escavação onde há tendas de campanha, ferramentas, pegadas para explorar e várias atividades, as crianças vestem, por um dia, a pele de um paleontólogo, uma maneira divertida de aprender sobre o trabalho destes especialistas que descobrem aqueles gigantes. Dino Parque da Lourinhã > R. Vale dos Dinossauros, 25, Abelheira, Lourinhã > T. 261 243 160 / 91 588 8207 > €13, 4-12 anos €9,90, até aos 3 anos grátis
Outra sugestão: Museu da Lourinhã, Lourinhã
9. Ser soldado por um dia
No concelho de Porto de Mós, na povoação de São Jorge, o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota convida a aprender muitas histórias sobre armas, estratégias e profissões de guerra através de um circuito de arborismo, com dois níveis de dificuldade. Esta é uma das atividades do serviço educativo deste centro que tem ainda visitas orientadas ao campo de batalha original, que se estende por cerca de 400 metros visitáveis, com quatro pontos assinalados, cada um com um cronotelescópio e uma bandeira: começa-se na retaguarda do exército português e termina-se na ala dos arqueiros ingleses. Já no interior, é o espetáculo multimédia A Batalha Real (sessões diárias 11h30, 13h30, 15h e 16h) que faz recuar até à batalha de 1385. Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota > Av. D. Nuno Álvares Pereira, 120, São Jorge, Calvaria de Cima, Porto de Mós > T. 244 480 060 > qui-dom 10h-17h > €7, 6-12 anos €3,50, 13-17 anos e maiores de 65 anos €5
Outra sugestão: Centro Interpretativo das Linhas de Torres, Torres Vedras
10. Conhecer os animais da quinta
Entre pomares e hortas, a Quintinha de Monserrate, em Sintra, esconde muitos recantos para brincadeiras ao ar livre. Nesta antiga exploração agrícola com cerca de dois hectares, atravessada por uma linha de água alimentada pelas nascentes naturais e minas de água da Tapada de Monserrate, existe um cercado para cavalos e burros, uma coelheira e um abrigo para aves de capoeira. As inscrições para as atividades Com o Burro e a Galinha Descobrimos a Quintinha (€10/participante) e para os Piqueniques para Avós e Netos (€70/2 adultos e 2 crianças) estão abertas, mas há mais para conhecer e fazer nesta quinta adjacente ao Parque e Palácio de Monserrate. Quintinha de Monserrate > Estrada de Monserrate, Sintra > T. 21 923 7300 > seg-dom 9h30-18h30, requer marcação prévia > os preços variam de acordo com a atividade escolhida
Outra sugestão: Quinta Pedagógica dos Olivais, Lisboa
11. Viajar ao centro da Terra
As estalagmites e estalactites das grutas de Mira de Aire demoraram milhares de anos a formar-se. São as maiores em Portugal e uma verdadeira lição sobre espeleologia e criações da Natureza. Sempre acompanhados por um guia, percorrem-se os 600 metros de galerias e corredores visitáveis (num total de 11 quilómetros descobertos), vencendo-se o desnível de 110 metros desde a entrada e os 683 degraus que permitem observar formações como a Fonte das Pérolas, as Galerias do Polvo ou o Órgão. Além das grutas, é ainda possível visitar duas exposições, a quinta pedagógica e também pernoitar num dos 13 bungalows (este ano, o parque aquático não abre, mas para quem aqui dormir estão assegurados os banhos na piscina). Grutas de Mira de Aire > Av. Dr. Luciano Justo Ramos, 479, Mira de Aire > T. 244 440 322 > seg-dom 10h-18h (abr-mai), 9h30-19h (jun e set), 9h30-19h30 (jul-ago), 9h30-17h30 (out-mar) > €7, 5-11 anos €4,20, até aos 4 anos grátis
Outra sugestão: Centro de Ciência Viva do Lousal – Galeria Mineira, Lousal
12. Ver veados na floresta
Para quem está em Lisboa, a Tapada Nacional de Mafra é um bom passeio para desligar do frenesim: é perto, tem a vantagem de não ocupar o dia todo, o terreno possui água e bastantes sombras e, em termos de percursos definidos, há várias opções (a decisão compete, claro, aos próprios visitantes, consoante a vontade, a resistência, o tempo disponível e as condições atmosféricas). A propriedade tem uma extensão total de 833 hectares, com áreas mais altas de floresta, e em todas elas é possível ver (com muita facilidade!) veados, gamos e javalis. Na flora, o eucalipto, o sobreiro, o pinheiro-bravo e o pinheiro-manso são as árvores mais comuns. Atualmente, estão disponíveis quatro caminhos pedestres, entre 4,5 km (1 a 2 horas) e 8,2 km (2 a 3 horas), o que significa que se pode começar pelo mais curto e, no fim de semana seguinte, regressar para fazer um dos mais longos. Há sempre muito para descobrir – haja aventureiros. S.B.L. Tapada Nacional de Mafra > Portão do Codeçal, Mafra > T. 261 814 240 > seg-dom 9h30-18h (horário de primavera) > €4
Outra sugestão: Mata Nacional do Bussaco, Mealhada
13. Descobrir árvores imponentes
Da Mata Nacional do Escaroupim, em Salvaterra de Magos, sai parte das folhas de eucalipto que alimentam os coalas do Jardim Zoológico de Lisboa. Mas estes não são os eucaliptos que estamos habituados a ver: entre as 125 espécies que compõem aquela coleção de árvores (arboreto), encontram-se exemplares que parecem acácias, outros de tronco muito alto, como o mastro de um navio; uns têm a casca enrugada igual à dos sobreiros, outros têm folhas que fazem lembrar as orelhas de um rato. Existe um percurso pedestre assinalado (cerca de 8,5 km de extensão, grau de dificuldade: muito fácil), com partida e chegada na aldeia avieira de Escaroupim, que passa no tal arboreto. Mata Nacional do Escaroupim > Percurso de 8,5 km, com partida no Largo dos Avieiros (junto ao rio Tejo), Escaroupim > grátis
Outra sugestão: O Mosteiro de Tibães, em Braga, guarda o mais alto pinheiro-bravomedido em Portugal e dois cedros-do-himalaia classificados
14. Visitar peixinhos e lontras
Vizinho do Parque Ecológico do Gameiro, o Fluviário de Mora reúne as espécies de peixes existentes nos rios portugueses (são mais de 500 no total, alguns em vias de extinção) e outros exemplares mais exóticos, oriundos da bacia amazónica e dos lagos africanos. A mais recente novidade neste aquário de água doce, aberto há 14 anos, são os painéis interativos que mostram que, afinal, os peixes produzem sons e comunicam. Na zona exterior, sobre o lago povoado com rãs, libelinhas, cobras-de-água e plantas, como o aloendro e o lírio-de-água, corre uma ponte com vista para os dois lontrários, com exemplares da lontra-de-garras-pequenas e da lontra-europeia. Fluviário de Mora > Parque Ecológico do Gameiro, Cabeção, Mora > T. 266 448 130 > seg-dom 10h-17h > €7,20, 3-12 anos €4,90, menores de 3 anos grátis, mais de 65 anos €5,20
Outra sugestão: Estação Litoral da Aguda, Vila Nova de Gaia
15. Subir a um navio
Para quem está em Lisboa, o passeio começa logo com uma viagem de cacilheiro no Tejo, a ligar o Cais do Sodré a Cacilhas. A 150 metros do terminal, está a fragata D. Fernando II e Glória, aberta a quem queira subir a bordo daquele que foi o último navio de madeira à vela da Marinha construído em Damão, na Índia. A viagem faz-se agora em terra e recria-se a vida a bordo no século XIX: passageiros, tripulação e animais, em baixo; o comandante, à popa, no piso de cima, onde não faltava sequer uma sala de jantar, decorada a preceito. No porão, abaixo da linha de água, guardava-se carga, combustível, pólvora e as rações de biscoito. De volta ao convés, parecem não ter fim os mastros que atravessam toda a estrutura e se erguem ao céu. A vista para o mar da Palha vale o compasso antes de “abandonar o navio”. Fragata D. Fernando e Glória > Doca 2 da ex-Parry & Son, Cacilhas, Almada > T. 21 274 6295 > seg 12h-18h, ter-dom 10h-18h (1 mai-30 set); seg 12h-17h, ter-dom 10h-17h (1 out-30 abr) > €4, 4-12 anos e mais de 65 anos €2, bilhete família €10 (2 adultos e 2 crianças)
Outra sugestão: Navio Hospital Gil Eannes, Viana do Castelo