Viver para Contar, título, em português, da autobiografia de Gabriel García Marquez, lembra-nos que se não relatarmos a vida, a nossa e a de outros, é como se esta não tivesse existido. É por isso que contar histórias, mais ainda num momento singular como o atual, se reveste de grande importância. Com esse objetivo, a Livraria Lello, no Porto – que ainda não tem data definida para reabrir –, lançou o Prémio Contos da Quarentena, dirigido a autores anónimos. “É mais uma iniciativa para mostrar que a situação atual não nos impede de sermos livreiros”, refere Hugo Cardoso, diretor criativo da Lello, realçando a dinâmica da livraria que tem procurado reforçar a ligação com os leitores através das redes sociais.
No concurso, convocam-se novos autores, anónimos, portugueses e estrangeiros, para contar a vida, em casa, partilhar reticências, perguntas e dúvidas. “Este é um momento sui generis e queremos incentivar os autores desconhecidos a fazer o retrato da situação atual, através da sua experiência pessoal ou da ficção”, diz Hugo Cardoso.
O júri – do qual fazem parte, entre outros, o escritor Valter Hugo Mãe, o jornalista João Fernando Ramos e Hugo Cardoso –, já recebeu mais de uma centena de contos. A maioria das histórias é de autores portugueses, alguns a viver no estrangeiro, mas há também muitos contos de autores brasileiros. “Já li alguns e são essencialmente autobiográficos, muito focados na experiência pessoal”, revela.
Aos autores dos seis melhores contos será atribuído um prémio monetário de mil euros, a cada um, e os textos serão publicados com a chancela da Lello. Os originais deverão ser submetidos até 31 de maio.
Prémio Contos da Quarentena > Livraria Lello > www.livrarialello.pt