No meio dos 26 hectares de vinha da Herdade do Freixo, o marco geodésico assinala os 450 metros de altitude. É esta a altura máxima a que as uvas crescem na herdade do concelho de Redondo e é daqui, do local mais alto da propriedade de 300 hectares, que se tem a visão perfeita da vinha de casta Sirah, debaixo da qual se esconde uma adega enterrada a 40 metros de profundidade, projetada pelo arquiteto Frederico Valsassina.
O interior em espiral assemelha-se ao do Museu Guggenheim de Nova Iorque. Através de uma rampa circundante, iluminada por uma claraboia, acede-se aos três níveis da adega. É ali que tudo acontece: da chegada da uva ao engarrafamento, passando pela sala das barricas (a mais surpreendente de todas as que se visitam). Embora esteja enterrado, o edifício tem sempre luz natural, é energeticamente autossuficiente e está equipado com a melhor tecnologia de vinificação. É daqui que saem as oito referências de vinho deste produtor.
Desde novembro de 2016 que se pode descobrir este novo projeto enoturístico, que tem a ambição de se tornar um destino mundial de referência para enófilos, ecoturistas e amantes da arquitetura. Segundo Pedro Vasconcellos e Souza, mentor da Herdade do Freixo, “a ideia era fazer um projeto que preservasse ao máximo a paisagem rural natural da herdade [por onde ainda passa a raríssima cegonha preta], por isso, o edifício está enterrado. Queríamos que arquitetonicamente a adega servisse a vinha e não o contrário”.
As visitas, com ou sem prova de vinhos, são feitas em grupos pequenos, com o máximo de 12 pessoas, para que se sinta de perto o espírito da adega. À espera dos visitantes, estão sempre guias que “sabem tudo sobre o projeto e as suas entranhas”, garante Carolina Tomé, responsável de marketing e vendas. Entremos vinha e terra adentro neste projeto cuja lista de prémios inclui o de Edifício do Ano 2018 do site ArchDaily, na categoria Arquitetura Industrial.
Herdade do Freixo > Freixo, Redondo > T. 266 094 830 > visitas ter-sáb 11h,15h; loja seg-sáb 9h-17h > a partir €6,50