Dois anos depois de ter aberto na zona da Constituição, no Porto, a Flâneur acaba de se mudar para uma loja maior (96 m2), próxima da Boavista, para “uma zona com maior visibilidade, mais perto dos leitores e dos meios de transporte”, explica-nos Cátia Monteiro, 29 anos, responsável pela livraria juntamente com Arnaldo Vila Pouca, 40 anos. Aquela que é uma das poucas livrarias generalistas de rua da cidade está, agora, bem mais soalheira e – embora não se saiba ao certo – terá uns cinco mil livros, o dobro daqueles com que começou.
A Flanêur – que nasceu como bicicleta “literária” de entrega de livros – será, em breve, também uma editora. A primeira publicação, de poesia, deverá sair em novembro. Cátia e Arnaldo ainda não querem divulgar o autor, mas revelam ser um poeta americano já falecido e cuja obra nunca foi editada em português. É uma evolução, pois, que acompanha a aposta literária ao longo destes dois anos. “Crescemos em áreas como a poesia, a filosofia, a literatura lusófona, a ciência… e em editoras mais pequenas e independentes”, lembra Arnaldo Vila Pouca. Na zona norte, só na Flanêur se encontrarão os livros de editoras como a Língua Morta, Douda Correria, Mariposa Azual, Livros de Bordo, Dois Dias, Do Lado Esquerdo ou, entre outras, da Flop. E só isso já é motivo de orgulho para estes dois apaixonados por livros. “Todos os dias temos a curiosidade de ver os que chegam no correio. E continuamos a espantar-nos“, confessam. No topo das vendas, dizem, continuam a estar as obras de Rui Chafes, Sombras Brancas, de Jorge Sousa Braga, ou Misteriosamente Feliz, de Joan Margarit.
Na livraria, onde se serve café, chá e bolos à fatia, há ainda uma agenda de atividades que inclui lançamentos de novas obras (sábados às 17h) e um café filosófico (último domingo do mês). E muitos, muitos, livros, pois.
Flanêur > R. de Fernandes Costa, 88, Porto > T. 91 211 0954 > ter-dom 10h-19h, 15h-19h