Estamos numa das caves mais antigas de Vila Nova de Gaia, uma das primeiras, aliás, a abrir ao público, há 35 anos. Talvez por isso mesmo a The Fladgate Partnership tenha decidido renová-las de modo “a alterar a experiência para os turistas”, salienta Adrian Bridge, o diretor-geral da empresa de vinhos com mais de três séculos de história, que nos conduz nesta visita. O público conta hoje com uma área maior (cerca de 3000 metros quadrados), uma nova mezzanine e uma garrafeira “especial” (já lhe contaremos porquê), novas exposições e iluminação. Mas, sobretudo, pode agora fazer a visita de forma autónoma, demorando o tempo que quiser – “20 minutos ou duas horas, dependendo do interesse de cada um” –, com a ajuda de audioguias disponíveis em várias línguas (português, inglês, francês e espanhol).
De alguma maneira, as caves, com o chão em areia – onde descansam 1500 pipas de vinho do Porto e um balseiro com capacidade para 100 mil litros –, são um regresso ao passado. E onde é possível assistir ao vivo aos trabalhos habituais na adega, como a trasfega de vinho para fazer o tawny. É, sobretudo, um local de produção de vinho.
Aqui e ali, uma série de novas telas vão exibindo imagens e contando a história das vinhas da empresa no Douro como a Quinta da Vargellas e a Quinta do Panascal. O novo percurso leva-nos para uma mezzanine onde se mostra todo o processo produtivo do vinho, desde o tipo de solo, à poda das árvores no inverno, nascimento dos bagos das uvas na primavera, coloração da uva no verão e vindima. Regressados às caves, atravessamos um túnel, uma “Via Láctea” que mais não é do que uma fotografia tirada, em junho do ano passado, na Quinta das Vargellas, pelo astrofotógrafo Corey Schmitz.
Mais à frente, nas novas salas expositivas, observamos os primeiros mapas do Douro (do Barão de Forrester), a técnica e utensílios da tanoaria, documentação sobre parte dos 324 anos de história de uma das famílias mais antigas do Douro e uma nova garrafeira (“a tal”) onde se guardam 15 mil garrafas de vintage (no valor de meio milhão de euros). “É parte da nossa biblioteca da casa”, comenta, orgulhoso, Adrian Bridge. No final da visita, atravessam-se os jardins e provam-se dois vinhos: o Chip Dry (o primeiro vinho do Porto branco seco da história) e, um dos best sellers da marca, o LBV (Late Bottled Vintage) de 2011. Que podem ser harmonizados com trufas de chocolate ou amêndoas de Moncorvo.
Abertas ao público há 35 anos, as caves da Taylor’s recebem, em média 100 mil visitantes por ano. A renovação significa um investimento de 1,5 milhão de euros e faz parte de um projeto mais vasto de criar “novas experiências” nos velhos armazéns da empresa em Vila Nova de Gaia.
Taylor’s > R. do Choupelo, 250, Vila Nova de Gaia > T. 22 374 2800 > seg-dom 10h-18h > €12 (inclui duas provas)