37 livros para conhecer melhor Lisboa e Porto

37 livros para conhecer melhor Lisboa e Porto

LISBOA

HISTÓRIAS DA CIDADE

1. Atlas Almirante Reis, de Filipa Ramalhete, Margarida Tavares da Conceição e Inês Lobo

Uma das grandes avenidas de Lisboa e uma das principais artérias de ligação entre a cidade da segunda metade do século XX e a Baixa, a Almirante Reis é um mundo por descobrir, revelado neste atlas, onde se fala de memórias e heranças, espaço público, atividade comercial, coletivos de criação artística e o pulsar de novos movimentos sociais.  Tinta-da-China > 256 págs. > €32

2. Casas com Escritos, de Margarida Acciaiuoli

A historiadora (também autora de Cinemas de Lisboa) não deixa quase nada por dizer acerca da habitação em Lisboa que, durante séculos, foi essencialmente uma cidade de inquilinos. Ficamos, por exemplo, a saber que já existiu um imposto sobre a quantidade de portas e janelas por casa ou que, a partir dos anos 60-70, o número de divisões nas casas reduziu-se drasticamente. Bizâncio > 784 págs. > €27,50

3. Lisboa Desaparecida, de Marina Tavares Dias

Postais, fotografias, iconografia, tipos citadinos ou folclore, tudo foi ressuscitado pela olisipógrafa, nos últimos 20 anos, nomeadamente nos nove livros desta coleção. Toda uma arqueologia preciosa para redescobrir histórias e o património não monumental da capital. Quimera > 192 págs. > €19,90

4. Biografia de Lisboa, de Magda Pinheiro

A ambição deste livro é grande. Como numa clássica biografia, a historiadora Magda Pinheiro quis começar bem pelo princípio de tudo (primeiro capítulo: Olisipo), terminando o mais longe possível (último capítulo: Liberdade, Integração Europeia e Globalização). O tom não é académico, e cabem nestas páginas inúmeras histórias e curiosidades, assim como muitas descrições de visitantes da cidade ao longo dos séculos. A narrativa ganha fôlego a partir do terramoto de 1755, quando há muito mais documentação. Certo é que se chega à última página com a noção de que Lisboa é uma figura tão vetusta que merece todo o nosso respeito (e curiosidade). A Esfera dos Livros > 524 págs. > €26

5. O Caminho do Oriente, de José Sarmento de Matos

Quando se decidiu que a Expo’98 seria na zona oriental de Lisboa, impôs-se um olhar atento para uma área vastíssima da qual pouco se conhecia. Sarmento de Matos, o historiador de arte que preferia ser olisipógrafo, coordenou o Programa Caminho do Oriente, do qual resultaram dois volumes. São dele os nomes das ruas do Parque das Nações. Livros Horizonte > 160 págs. > €32,78

6. Era Uma Vez Lisboa, de Luís Ribeiro

Poucos habitantes das mui nobres capitais europeias podem gabar-se de abrirem um bueiro no meio da rua, em pleno centro da sua cidade, e por lá encontrarem uma cidade romana. Mas Lisboa tem muitíssimo mais para mostrar. As estórias – muitas delas surpreendentes – da capital, contadas debaixo do manto da História, é o que propõe Luís Ribeiro, jornalista da VISÃO. A Esfera dos Livros > 280 págs. > €18,90

7. LX80, de Joana Stichini Vilela e Pedro Fernandes

Os anos 80 marcam o fim da trilogia iniciada pela jornalista Joana Stichini Vilela, em 2014, com um livro sobre a década de 60 na capital (em que o subtítulo é: A Vida em Lisboa nunca mais Foi a Mesma). Depois das primeiras boîtes, das minissaias e da moda do ié-ié (anos 60); dos punks, da Revolução e do fim de uma era (anos 70), a última viagem (em colaboração com Pedro Fernandes) faz-se para uma época em que quase tudo era possível, com crónicas de bons malandros, o Frágil e Portugal na CEE. Mais recentemente, foi lançado LxJoga, um livro que brinca com a História de Lisboa.  Dom Quixote > 280 págs. > €24,90

INSPIRADOS POR…

8. Lisboa – Livro de Bordo, José Cardoso Pires

Encomenda da Parque Expo a José Cardoso Pires (nos idos de 1998, quando a cidade se abriu à zona oriental), Lisboa – Livro de Bordo leva um subtítulo que se adequa muito ao conteúdo: Vozes, Olhares e Memorações. O texto tem tanto de tentação como de dispersão, tal a quantidade de imagens (da literatura, da poesia, da pintura, do cinema…) que contém e, por isso, bêbedos da cidade ficarão os que se atirarem a estas páginas. Sem contemplações, à maneira dos grandes escritores, Cardoso Pires trata todos por tu: “Ninguém poderá conhecer uma cidade se não a souber interrogar, interrogando-se a si mesmo.” Relógio D’Água > 112 págs. > €17

9. Último Acto em Lisboa, de Robert Wilson

Esta intriga cruza dois tempos narrativos e revela uma Lisboa com sombras e um passado de antro de espiões: o autor britânico retrata, no seu estilo eficaz, Salazar a receber ouro nazi em troca de volfrâmio dado aos alemães, em 1941, através das desventuras do SS Klaus Felsen e do português Manuel Abrantes; e mostra a capital bas-fond no fim da década de 1990, filtrada pelos olhos do inspetor Zé Coelho.  Dom Quixote > 528 págs. > €18,90

10. O Último Cabalista de Lisboa, de Richard Zimler

A estreia literária de Richard Zimler, em 1996, leva-nos para uma cidade que só pode existir, hoje, na nossa imaginação. A ação d’O Último Cabalista de Lisboa decorre no século XVI, e o escritor norte-americano documentou-se bem para recuperar os ambientes duma cidade em que os judeus / cristãos-novos eram perseguidos e assassinados. A descrição do terrível dia de abril de 1506, em que os corpos de dois mil judeus foram queimados no Rossio, é inesquecível. Lisboa é, também, todo o seu passado. Porto Editora > 352 págs. > €15,50

11. Lisboa Clichê, de Daniel Blaufuks

Faz pensar em dois títulos clássicos que também mostram Lisboa a preto-e-branco: Lisboa, Cidade Triste e Alegre, de Victor Palla e de Costa Martins (1959), e Fotografias de Lisboa à Noite, de Luís Pavão (1983). Mas a Lisboa que o fotógrafo Daniel Blaufuks nos mostra neste livro, editado em 2021, cruza-se com as suas memórias pessoais, misturando lugares e figuras que quem viveu intensamente a cidade nos anos 80 reconhecerá. Os textos (e, claro, as fotografias) de Blaufuks têm esse lado memorialista, algo nostálgico, recordando noites no Frágil, amigos, autocarros de dois andares e a importância dos telefones públicos… Tinta-da-China > 400 págs. > €21,90

12. Lisboa e Tejo e Tudo, de António Mega Ferreira (texto) e Mark Sarkis Gulbenkian (fotos)

António Mega Ferreira é um cronista exímio. Mistura erudição com referências populares, cruza leituras sofisticadas com deambulações de viajante, como se do somatório da arte do escritor com o ofício de jornalista só pudesse nascer uma obra maior. Em Lisboa e Tejo e Tudo, junta a elegância da sua prosa às fotografias de Mark Sarkis Gulbenkian para falar, não sobre uma cidade italiana, mas sobre a cidade onde nasceu, no final da década de 40. São memórias de infância, e é também um roteiro de uma cidade iluminada, aberta ao mundo. Clube do Autor > 120 págs. > €18

13. Afirma Pereira, de Antonio Tabucchi

Obra-prima escrita pelo mais português dos escritores italianos (o inverso também é verdadeiro), Afirma Pereira oferece-nos uma personagem inesquecível: o melancólico Pereira, jornalista responsável pela página cultural do Lisboa, habilidoso na produção de obituários de autores famosos, amante de limonadas com muito açúcar, para enfrentar os calores do verão lisboeta. Antonio Tabucchi sempre disse tratar-se de “um romance existencial”. Enquanto as ditaduras avançavam, a Europa asfixiava e Salazar governava, um homem despertava. A cidade, outra das personagens principais, cintila e, como Pereira, também tenta livrar-se de toda a claustrofobia. Dom Quixote > 216 págs. > €16,90

14. O Inverno em Lisboa, de Antonio Muñoz Molina

Lisboa é, aqui, uma geografia nostálgica, faz-se reinvenção de deixa cinematográfica. We’ll always have Lisbon (e Madrid e San Sebastián), poderiam dizer o pianista Santiago Biralbo e a enigmática Lucrécia, ela casada com Bruce Malcolm, o Americano, traficante de obras de arte (que os há de perseguir). Homenagem ao noir norte-americano e ao jazz, ao chiaroscuro de Hitchcock, aos grandes amores sem final feliz, cujo poder evocativo é como o de uma melodia – ou de uma cidade banhada pela chuva, nesta edição captada pelas fotografias de Nuno Correia –, foi definida por Molina como uma jam session em forma de romance, e mantém a sua magia. Ponto de Fuga > 224 págs. > €16,60

15. Comboio Nocturno para Lisboa, de Pascal Mercier

Não foi o primeiro nem será o último escritor estrangeiro a deixar-se fascinar pelo potencial literário de Lisboa. Pascal Mercier (pseudónimo do filósofo suíço Peter Bieri) viu o seu terceiro romance transformar-se num bestseller traduzido em várias línguas (e adaptado ao cinema em 2013, com Jeremy Irons no papel principal). Muito do encanto do livro vem da relação que o autor criou com a cidade em várias viagens solitárias preparatórias (que se sucederam a outras que já tinha feito como turista). Uma das personagens centrais, Amadeu de Prado, é um misterioso médico-escritor com claros ecos pessoanos. É precisamente para tentar deslindar esses mistérios que um solitário professor suíço de línguas mortas, Raimund Gregorius, não resiste ao apelo de viajar num comboio noturno para Lisboa… Mercier compara a geométrica Baixa pombalina a uma espécie de tabuleiro de xadrez, e passou para o seu livro a zona mais central de Lisboa, tornando-a cenário de uma investigação que leva Gregorius desde uma procura pelo rasto do autor do livro Um Ourives das Palavras até uma viagem no tempo aos últimos anos do Estado Novo. O realizador da adaptação cinematográfica, o dinamarquês Bille August, chamou-lhe um “thriller filosófico”. Dom Quixote > 424 págs. > €22,90

GUIAS

16-22. Roteiros vários: Entre lojas históricas, uma viagem no Elétrico 28 e jardins, sete volumes indispensáveis

O segundo tomo dedicado às Lojas com História (Tinta-da-China, 328 págs., €32,90) continua o trabalho de documentação iniciado em 2017, com a edição do primeiro, e é dedicado a mais 76 novos “velhos” estabelecimentos de comércio tradicional e histórico, com textos de Joana Bértholo e fotografias de Luís Aniceto e de Miguel Saavedra. Sabia ainda que a ginjinha foi criada em Lisboa por um galego chamado Espinheira? Ou que no Palácio Foz se reunia um clube secreto de seu nome Makavenkos? Anísio Franco, historiador de arte, guia de passeios no Centro Nacional de Cultura e conservador no Museu Nacional de Arte Antiga, é o autor de Caminhar por Lisboa (Porto Editora, 176 págs., €14,90), livro cheio de curiosidades, com sete percursos por São Cristóvão, Chiado, Jerónimos, Xabregas, Santana, Lapa e Graça. Já Ivo Meco, professor do Secundário na área das Ciências da Natureza, revela outras curiosidades em Jardins de Lisboa (Arte Plural Edições, 168 págs., €18,80), um convite a deambular pelos tesouros botânicos da cidade, explicando, de forma simples e com a ajuda de fotografias, a diversidade de estruturas que as plantas encerram.

A bordo do 28, a linha elétrica mais longa da cidade continua a ser um roteiro que vale a pena explorar, entre o Martim Moniz e os Prazeres, sobretudo através do olhar e das histórias contadas por José-Augusto França (1922-2021) em 28, Crónica de Um Percurso (Livros Horizonte, 168 págs., €24,90), reeditado em edição bilingue. O património de uma cidade passa também pela mesa, e disso dá-nos conta o jornalista Tiago Pais em As 50 Melhores Tascas de Lisboa (Zest, 124 págs., €12,50). Já A. Campos Matos elaborou um precioso Roteiro da Lisboa de Eça de Queiroz e Seus Arredores (Parceria A. M. Pereira, 196 págs., €15,90), no qual revela os lugares dos romances do autor d’Os Maias. É pegar no livro e partir à descoberta dessa Lisboa queirosiana. Por fim, escrito originalmente em inglês, em meados dos anos 20, Lisboa, O Que o Turista Deve Ver (disponível, hoje, em várias edições) é uma das mais surpreendentes obras de Fernando Pessoa, com a função utilitária descrita no título em destaque e poucos ou nenhuns floreados literários.

PORTO

HISTÓRIA DA CIDADE

23. Porto, Profissões (Quase) Desaparecidas, de Germano Silva

É de um Porto de outros tempos que aqui se fala, quando os pregões ecoavam nas ruas, durante a azáfama de uma cidade de trabalho: “Olha o Notícias, já traz o crime!”, gritava o ardina. “Merca frangos ou fran… gas…!”, atirava a galinheira. As histórias por detrás de cada ofício – do alfaiate ao vendedor de gravatas, do tanoeiro à leiteira, do engraxador às carquejeiras, do sinaleiro à vareira –, às quais se acrescentam lendas e fotografias antigas, com o devido enquadramento histórico que influenciou a própria toponímia das ruas. Um regresso em jeito de homenagem a profissões do passado, algumas já extintas, guiado pela mão de Germano Silva, como só o jornalista e historiador consegue fazer. Porto Editora > 168 págs. > €18,80

24. Musonautas, Visões & Avarias, de vários autores

São cinco décadas de inquietação musical no Porto, reunidas numa obra em que cabem todos os territórios, correntes, geografias e protagonistas da paisagem sonora que moldou a cidade entre 1960-2010. Das bandas míticas aos lugares de culto, das publicações marginais aos festivais, sem esquecer as rádios-piratas e a ligação umbilical à Galiza, esta edição da Câmara Municipal do Porto e da Galeria Municipal é uma obra-prima de nostalgia e de irreverência. E ainda inclui um CD de inéditos e raridades. Galeria Municipal do Porto e Câmara Municipal do Porto > 346 págs. > €25

25. O Porto Oriental no Final do Século XIX, de Jorge Ricardo Pinto

O geógrafo Jorge Ricardo Pinto, misto de Germano Silva e de Helder Pacheco da academia, é um notável conhecedor das traseiras da cidade. O íman, aqui, é a estação ferroviária da Campanhã, principal porta de entrada na cidade do final do século XIX, miragem e atração das origens adocicadas das vinhas do Douro e do açúcar do Brasil que deram ao Porto uma nova identidade urbana. Afrontamento > 210 págs. > €13,12

26. Naçom de Falares, de Alfredo Mendes

O livro assume-se como “ato de rebeldia contra o cosmopolitismo falsamente progressista”. Décadas de jornalismo andarilho pela urbe e arrabaldes, a par do mosaico de vozes escutadas nas ruas e bulícios da cidade, permitiram a Alfredo Mendes reunir histórias e expressões da autenticidade e da identidade tripeiras, carregadas de malícia. Num subcapítulo junta-se a primeira e mais completa recolha de vocábulos à moda do Porto (1735), onde o calão fala mais alto. Âncora Editora > 138 págs. > €13

27. Miraflor Mapa Emocional, de vários autores

Através da recolha de memórias e do registo de novas formas de viver o espaço público, a edição aprofunda dois anos de trabalho com os moradores da Rua de Miraflor (Campanhã) e das artérias adjacentes. Produzido pela galeria Mira Forum em parceria com o programa municipal Cultura em Expansão, o livro agasalha recordações e dizeres dos moradores e tem uma versão digital. Galeria Mira Forum > 182 págs. > Gratuito (em fase de reedição)

28. Johnny Boy – Porto Anos 40 & 50, de João van Zeller

Consultor na área financeira, João van Zeller traz–nos um retrato autobiográfico do Porto burguês, elegante, liberal e culto, “ilha” rodeada por analfabetismo e pobreza. Com ilustrações e fotografias do seu arquivo, o autor faz uma revisitação desassombrada e afiada da cidade na ressaca do pós-guerra, onde o encantamento mantém o lustro e só a inocência se perdeu. Afrontamento > 460 págs. > €24

29. Lendas do Porto, de Joel Cleto

Um conjunto de lendas (sobre os tripeiros, o topónimo de Matosinhos ou Valongo) que fazem parte do património imaterial da cidade, transmitidas de geração em geração através da oralidade. Ao mesmo tempo que são descritas e explicadas pelo historiador e arqueólogo em cinco volumes, também se revisitam monumentos e figuras históricas como o Zé do Telhado, Camilo Castelo Branco ou Infante D. Henrique. Verso da História > 140 págs. > €25

INSPIRADOS POR…

30. Uma Vida Assim-Assim, de Cláudia Araújo Teixeira

Autêntico óvni no panorama literário, o romance de estreia de Cláudia Araújo Teixeira, pleno de humor, ironia e extravagâncias, parte de um bairro social que é o Mundo – e imune ao Mundo – para contar a história de Cristina Maria, que sonha alto e não quer viver assim-assim. Aqui desfila um território à margem, moldado pelos Diapasão, o linóleo, a revista Gina ou a Vida Soviética, cujas vertigens, graça e humanidade dispensam o bilhete-postal. Asa > 160 págs. > €13,50

31. Meia-Noite ou O Princípio do Mundo, de Richard Zimler

O romance histórico é o regresso do autor à saga da família Zarco. A ação conduz-nos ao Porto do início do século XIX, ao encontro de John Zarco Stewart, que ali vive uma infância feliz, até às invasões napoleónicas. As investigações de Zimler, que desde 1990 vive na cidade, permitiram-lhe recriar o ambiente oitocentista do burgo, com descrições pormenorizadas, da Ribeira ou do vibrante mercado de aves, junto ao Convento de S. Bento, destruído para dar lugar à estação ferroviária. Porto Editora > 576 págs. > €18,80

32. Skyline, de Carlos Costa

Thriller social numa urbe distópica do século XXI, o romance do diretor artístico do projeto Visões Úteis traz para o campo literário as teias e as relações perigosas entre a intimidade afetiva, a política e as instituições desportivas e empresariais. Neste “futuro próximo”, a câmara quer mudar a Ponte Maria Pia de lugar, o FC Porto é dos chineses e um grupo de resistentes combate o modelo de desenvolvimento da cidade, atada a um grupo financeiro. Há por aqui “fragmentos do real” e investigação sustentada. O resto é distopia, dizem… Teodolito > 368 págs. > €18

33. Porto, Modo de Dizer, de Manuel António Pina

É das mais belas – e quase esquecidas – declarações de amor ao Porto de Manuel António Pina. Nascido no Sabugal, o escritor entregou-se à cidade aos 17 anos, qual guinada do coração. “A minha relação com o Porto é do tipo conjugal, um ato de conhecimento. É como dois corpos que se foram conformando um com o outro, uma relação tranquila, serena. Já nada se receia, já nada se espera, mas está-se disponível para tudo. A felicidade é isto”, descreveu a propósito destas crónicas vestidas pelas aguarelas de Jaime Isidoro. Asa > 64 págs. > €15

34. Cimo de Vila, de Carlos Tê e Manuela Bacelar

Ela desenhou a cidade acima do rés do chão e das montras e diz que Lisboa é África, e o Porto, Europa. Ele deu-nos o Porto sentido. Não só a canção, mas tudo o que escreveu sobre ela e a partir dela, com alma, coração, bairrismo e sem pantomina. Carlos Tê e Manuela Bacelar juntaram-se em Cimo de Vila para escrever e ilustrar o Porto como quem olha para dentro da infância, dos pequenos mundos, das memórias sofridas e abraçadas, da realidade e dos imaginários – “lugares” onde cabem todas as melancolias, sorrisos e sonhos. Afrontamento > 124 págs. > €25

35. Morte no Estádio, de Francisco José Viegas

A investigação do homicídio de um famoso futebolista do FC Porto, assassinado num bar irlandês da Foz, é entregue ao inspetor da PJ Jaime Ramos. Esta é a primeira vez que os romances policiais de Francisco José Viegas são protagonizados pela personagem, um maníaco pela cidade – chega, inclusive, a passear com Germano Silva num dos livros –, apesar do desconforto com as transformações sofridas ao longo dos anos. Nesta semana, chega às livrarias a reedição de Morte no Estádio (de 1991) e, na primavera, será publicado o décimo livro da série. Porto Editora > 296 págs. > €14,94

GUIAS

36-37. Cidade adentro: O pulsar do Porto em dois livros que são uma homenagem à sua gente

Em Toponímia Feminina Portuense (Cordão de Leitura, 144 págs., €12), reúnem-se 146 topónimos que convidam a mergulhar na cidade que gosta das suas mulheres e assim lhes presta homenagem. Nas ruas, becos, escadas, esquinas e travessas da Invicta, há mulheres que “rezaram, pintaram, escreveram”, outras que “traçaram planos indizíveis com crianças ao colo e projetaram, silenciosamente, um futuro”, e há ainda umas quantas mais que “sonharam um homem, um deus, uma ideia”. Eis uma viagem original e desafiadora pela geografia feminina da urbe da autoria do historiador e professor de História do Porto, César Santos Silva. Já em Porto, Adegas, Tabernas e Casas de Pasto (Afrontamento, 368 págs., €48), o historiador portuense Helder Pacheco propõe-nos uma viagem pelos “bons velhos lugares de convívio do povo” (muitos deles já extintos), num livro que é sobretudo um estudo etnográfico sobre a importância das tascas e adegas na História de uma cidade. Segundo o autor, entre 1755 e 2001, haveria o registo de 1 862 estabelecimentos de venda de vinho. Já entre 2001 e 2007, seriam apenas 89. Números que são uma consequência do turismo e da sofreguidão imobiliária.

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