É um volume bonito, formato confessional dir-se-ia, que serve bem a missão de Silêncio na Era do Ruído. Abre-se, desconfiando de que seja fast-filosofia. Fecha-se, ansiando explorar novos territórios – espirituais e não tanto os cumes atingidos por Erling Kagge, empresário-editor bem sucedido, primeira pessoa a alcançar os pólos Norte e Sul, e a escalar o Everest.
Experiências limites, vividas a solo – ele conta, por exemplo, ter deitado fora as pilhas do rádio que lhe foi imposto pela companhia aérea que o deixou na orla norte da Antártida. Numa era em que desconectar-se parece ser uma utopia, Kagge explora o silêncio interior em 33 microensaios. E defende que o silêncio é um luxo, não acessível a todos. Um Pólo Sul, a que cada um deve chegar pelos seus meios. Comece-se por aqui.
Silêncio na Era do Ruído > Quetzal > 160 págs. > €15,50