Na emblemática Rua Direita, num prédio antigo com três andares e fachada em pedra, só os norens (cortinas curtas) pendurados na porta de entrada nos levam à Viseu Ryokan. Aberta no passado mês de abril, a primeira hospedaria típica japonesa do nosso País surge discretamente nesta rua estreita que, em tempos, foi a mais comercial da cidade. Na receção, chamam à atenção os dois relógios a indicarem a hora portuguesa e a do Japão. Começam por nos oferecer um chá verde, antes de tirarmos os sapatos e calçarmos os chinelos com os quais andaremos por ali, a fazer-nos sentir em casa. “Essa é a nossa filosofia”, explica Tânia Bernardo que, com o marido, Bruno Marques, se apaixonou pela cultura japonesa e decidiu trazer as ryokans para Portugal.
Vestida com um yukata (traje idêntico a um quimono), Tânia guia-nos por este lugar que nos leva a viajar até ao Oriente, desde o rés do chão onde se situa o spa com sala de massagens (reiki, shiatsu, ayurvédica), sauna e banheira de hidromassagem a recriar um onsen (os banhos termais japoneses), até ao terceiro piso.
A Viseu Ryokan tem sete quartos duplos, todos com o nome de números em japonês – do um até ao oito (ichi, ni, san, go, roku, nana e hachi), saltando o quatro, considerado um número de azar. Com uma decoração minimalista, destaca-se a cama em cima de uma base de madeira em faia com um colchão futon (japonês, feito em algodão), e o chão forrado com tatami (tapetes de palha entrelaçada). Cada hóspede tem à disposição um yukata para vestir, chá verde à descrição e, nas casas de banho, nem sequer faltam as tradicionais sanitas japonesas, automáticas e cheias de botões. O pequeno-almoço, que inclui kasutera, nome para pão de ló japonês, é servido na sala ou no pátio ao som relaxante da água a correr. Uma rápida – mas muito intensa – viagem ao Japão.
Viseu Ryokan > R. Direita, 143, Viseu > T. 91 387 1419 > a partir €85
IDEIAS PARA EXPLORAR NA CIDADE
Parque Aquilino Ribeiro Um dos pulmões verdes da cidade, com árvores centenárias, como o carvalho-alvarinho, que terão sido plantadas pelos frades Capuchos de S. Francisco. Leva o nome do escritor Aquilino Ribeiro, natural de Sernancelhe, no distrito de Viseu.
Museu Nacional Grão Vasco Instalado na antiga residência episcopal, possui um acervo notável onde se incluem 22 obras classificadas como tesouros nacionais, entre as quais está o antigo retábulo da capela-mor da Sé de Viseu. T. 232 422 049
Confeitaria Amaral Uma das mais tradicionais da cidade, onde se pode saborear o Viriato, o bolo típico de Viseu (em forma de V, recheado com doce de ovos) que homenageia o líder lusitano que enfrentou a expansão de Roma. Em 1995, a confeitaria registou a marca. T. 232 422 920