Em outubro, a Lobo Apparel celebrou o primeiro ano de vida e, de caminho, lançou mais um par de botas e umas meias a condizer. As black boots são uma versão das primeiras botas da marca, um modelo unissexo feito em pele crua e com sola produzida a partir de pneu. “A essência da marca são estas botas que se usavam para o trabalho, no mar e em terra, pelos pescadores e agricultores. Vejo-as como uma peça de design, de intemporalidade, força e resistência”, diz Bruno Pereira.
A Lobo Apparel é uma homenagem ao seu avô marceneiro, com quem cresceu a ir a oficinas e armazéns, e a ouvir dizer que as coisas tinham de ser feitas para durar. “Daí o To Last [em português, para durar], que usamos na assinatura”, explica o designer, diretor criativo da LabDesign, que fundou em 2000, e responsável pela mostra Poster, que acontece em Marvila, onde está o showroom da Lobo Apparel, aberto ao público. “Hoje, compra-se online, mas ainda há quem prefira ver ao vivo.”
Além de botas, também há sapatos, uma mochila (inspirada nas pastas de pele que se levavam para a escola), uma mala, várias t-shirts, entre outros artigos, como as marmitas de metal, os lápis de carpinteiro (da Viarco) e os cadernos feitos a partir de sobras de papel, “daquele que está fora do prazo”, com os quais fazem ainda os cartões pessoais e as etiquetas. A marca aproveita o excesso de produto de várias indústrias, produz em Portugal e faz-se valer do saber-fazer de vários artesãos, como os que trabalham a pele das malas ou os que tricotam os cachecóis, que hão de chegar em breve. “Somos uma marca anestética, não é de moda ou tendência. A nossa estética é a intemporalidade”, sublinha Bruno, que desenha com o objetivo de trazer peças da nossa memória coletiva para a atualidade. Neste caso, o design melhorou o conforto, sem lhe tirar a essência: esse legado do que é português, intemporal e durável, com que Bruno Pereira sempre quis homenagear o avô.
Lobo Apparel > À venda em www.loboapparel.pt e nas lojas The Fair Bazaar, Näz, Urban Lena Motorcycles, em Lisboa; Olá Breiner e Almada em Branco, no Porto