1. mishmash: Design pensado do interior para o exterior
Uma miscelânea de ideias de produtos ligados ao material de escritório deu o mote para a criação da mishmash – e também para o nome, derivado de miscellaneous – em 2015, “apesar de, em termos de marca e de comunicação, sermos bastante minimalistas”, frisa Ricardo Barbosa, um dos fundadores. O que nasceu como um projeto de conclusão de mestrado em Design Gráfico, na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, de Beatriz Barros, na altura com 23 anos, em que se propunha fundar uma marca para escritório que fosse do bloco de notas ao mobiliário, transformou-se, com a companhia do colega de cowork, Ricardo, num caso de êxito na área do estacionário, que só em 2018 vendeu cerca de 40 mil cadernos, 80% dos quais para o mercado internacional. “Da ideia inicial… estamos ainda nos cadernos”, brinca Ricardo. “Temos cerca de 75 referências. Consideramos que é um mercado que exploramos bem.”
Não faltam cadernos com argolas ou lombada cosida, com folhas de diferentes tamanhos, lisas, de quadrículas, de linhas ou, lá está, uma miscelânea de vários papéis. Temos também agendas e planeadores semanais, cadernos com separadores, diários de viagem, blocos de notas pequenos e até um pequeno arquivador ao estilo dos velhinhos “filofaxes”, em combinações de cores, estilos e papéis. Tudo na mishmash é feito à mão, em Portugal, pensado “do interior para o exterior”. “O design de produto aliado aos premium e aos fine papers são aquilo que nos distingue.” Os preços refletem essa aposta (rondam os €20-€22) e é por isso que, entre os principais clientes da marca, estão arquitetos, designers, criativos, “muitas pessoas obstinadas com material de escritório”. Vendem online, em lojas portuguesas e de 25 outros países, e têm ainda a componente “mishmade”, de colaboração com outras marcas, como o Guggenheim de Nova Iorque. Para 2020, ficam reservadas algumas novidades, entre elas as caixas arquivadoras. www.mishmash.pt

Com loja no Porto, a Fine & Candy aposta em materiais de qualidade, mas simples, com bons acabamentos
2. Fine & Candy: Estacionário de luxo com técnicas artesanais
A loja do Porto é de paragem obrigatória para apreciadores de estacionário – e de peças bonitas, vá. Fundada em 2009 e adquirida em 2012 pelo atelier OITOEMPONTO – Architecture & Interiors, a Fine & Candy (F&C), 100% produzida em Portugal, aposta em materiais de qualidade, mas simples, com bons acabamentos. “Os nossos bestsellers são os notebooks e os lápis [feitos em parceria com a Viarco]. Entretanto, a marca começou a produzir pequenas peças de marroquinaria, como porta-cartões, porta-chaves, identificadores de bagagem”, diz Horário Miranda, diretor comercial da F&C.

Se os cadernos, com capas em veludo, em diferentes tipos de pele, em papéis com padrões, em tecidos ou até em pelo colorido (os preços começam nos €19,50), com o monograma gravado, são fundamentais, hoje também está a crescer uma área que chamam social stationery, que compreende cartões de visita e envelopes, por exemplo, no estacionário de casamentos e igualmente em brindes corporativos. “Há cada vez mais marcas de estacionário em Portugal, o que significa que a procura existe e que o consumidor é exigente.” A personalização é, desde o primeiro dia, um fator diferenciador da F&C, já que é possível adicionar ao produto final as iniciais, um nome ou qualquer outra frase, e é isso que torna os nossos produtos ainda mais especiais.” R. de Tânger, 1356, Porto > T. 22 013 1949 > seg-sex 10h-19h > www.fineandcandy.com

3. Arminho: Da botânica para o papel – e não só
A Arminho nasceu e cresceu sem planos, a partir de paixões por tipografia, peças antigas e estacionário de coleção, aliadas às ideias de duas cabeças criativas. Corria o ano de 2011. E se hoje muita coisa mudou na vida dos designers Raquel Silva, 29 anos, e João Rodrigues, 30 – nomeadamente o facto de terem um vasto mercado de compradores internacionais –, continuam a não separar o trabalho de criação do dia a dia. “Somos um atelier criativo, não apenas de estacionário. Já experimentámos cerâmica, mochilas, latoaria, ilustração, fotografia. No fundo, os meios servem os fins”, conta Raquel, ao telefone, a partir de Viseu, onde moram com a filha de 6 meses, e estão a recuperar uma quinta.
Dos primeiros tempos da marca, enquanto estudavam na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, ficaram conhecidos os cadernos feitos à mão, com base tanto em técnicas clássicas como noutras mais contemporâneas. “Fechamos o círculo: fazemos a criatividade, a execução, o trabalho técnico, criamos conteúdo, tratamos das encomendas.” Têm uma pequena tipografia, com máquinas que foram reunindo ao longo dos anos, nas quais trabalham os diferentes produtos. Sejam os cadernos (€8), os pósteres (a partir de €20) e até herbários com capas de madeira (€55). “Sempre estivemos muito ligados à botânica”, remata. www.arminho.pt
