Graça Ramalho e Maria Vasconcelos, ambas com 52 anos, estão a dar um novo uso aos tecidos coloridos excedentes da indústria têxtil através da nova marca Enlata Bags – um nome escolhido em alusão às conserveiras da Póvoa de Varzim. “As carteiras não são, também, uma espécie de lata que serve para guardar alguma coisa?”, compara Maria Vasconcelos, desempregada da área administrativa. E talvez não se engane. De cores fortes, as carteiras Rede, Ancora, Isco, Casino, Junqueira, entre outras – tudo nomes relacionados com a atividade piscatória ou com a cidade poveira – são, sobretudo, um símbolo do reaproveitamento de materiais, inspiradas nos célebres tapetes de trapos de Laundos e de Terroso, e na produção artesanal.
Graça e Maria fazem as carteiras à mão, com uma agulha de crochet, e não querem que seja de outra forma. Até o forro é aplicado manualmente, com tecidos de algodão excedentários. “Não desejamos perder o lado artesanal”, sublinha Graça Ramalho, empregada de uma loja de calçado e que sempre adorou artes manuais. Só os fechos são cosidos em Felgueiras, “porque precisam de uma máquina especial”.
As Enlata Bags vendem-se online, com preços a partir de €39,90, e em lojas de Viana do Castelo (100Mordomias), Guimarães (Surprise Me Now), Póvoa de Varzim (Bikinis e Companhia), Vila do Conde (Ateliê Ana Côrte-Real) e, em breve, também no Porto.