À hora combinada, pelas 20h30, da última sexta-feira, 4, dirijimo-nos à morada recebida horas antes por mensagem, algures no centro de Lisboa. É assim que se chega ao Tsukimi (significa contemplar a lua, em japonês), uma experiência de gastronomia japonesa, sob a luz da lua e das estrelas, que acontece num jardim secreto da capital, até meados de outubro.
Um convite com estas caraterísticas foi suficiente para aguçar a nossa curiosidade. Sem grandes referências, e com o secretismo alimentado à distância, através da reserva feita pelo WhatsApp, damos a palavra-passe à entrada que nos tinha sido enviada por mensagem, atravessando uma cortina preta que se abre para um jardim/terraço decorado com plantas e flores.
Ali, à média luz, numa noite sem vento (das raras deste verão!), com apenas uma leve brisa a agitar os espanta-espíritos, reparamos que a sala ao ar livre, preparada para receber 25 pessoas, está bem composta de comensais, curiosos como nós, com os devidos afastamentos físicos impostos pela pandemia. Já com a ementa na mão, viramos as atenções para as sugestões que se dividem em sashimi (€5-€11/4 fatias), nigiris (€4-€9,50/2 unidades), uramaki (€8,50-€10/8 peças), hossomakis (€5-€8/6 peças), entre outros combinados – como o Hakken composto por 32 peças de sashimi, hossomaki, uramaki e nigiri (€39/2 pessoas) -, mas aceitamos ficar nas mãos do sushiman (cujo nome não podemos divulgar, para não estragar a experiência) e das suas sugestões pensadas para este jantar. E, devemos confessar que, desde o Tsukimi, o cocktail da casa servido logo no início da refeição e preparado com sake, licor de cassis e lima, até à sobremesa, o chefe acertou em cheio.
Mas vamos por partes (sem estragar a surpresa, claro!) e dar início ao banquete. Começamos pela degustação das gyozas de frango e de legumes (€6/4 unidades) que nos chegam bem quentinhas e saborosas. Nas entradas, que vão mudando a cada dia, chega à mesa uma dupla inesperada: a frescura dos cubinhos de atum e de salmão temperados com um molho especial, ligeiramente picante, e o lingueirão, um peixe pouco usado na cozinha nipónica e que se revelou uma (boa) surpresa.
Nesta fase do jantar, somos surpreendidos com uma gravação e uma performance a fazer lembrar os gestos das hospedeiras e comissários de bordo num avião sobre as medidas de segurança, aqui adaptadas à realidade Covid-19, terminando com a frase: “Boa viagem e bom apetite”. Continuemos, então. Segue-se o omakase, um menu de degustação à escolha do chefe (a partir €25/18 a 20 peças por pessoa), que incluiu várias peças de peixe, entre eles, lírio, salmonete, salmão, polvo, trabalhados com diferentes ingredientes. Eu, apaixonada pela cozinha japonesa, me confesso: um verdadeiro regalo para os olhos e para a gula. Para sobremesa, e para finalizar esta experiência, sugerem quatro opções doces, entre elas, o mochi, com framboesa, o yuzu ou matcha (€5) e o castella, o pão de ló tradicional japonês (€7).
Para participar nestes jantares misteriosos, que começaram em meados de julho, e acontecem de quarta a sábado, só precisará de fazer uma reserva antecipada através do envio de uma mensagem e aguardar que lhe sejam enviadas as indicações da morada e a palavra-passe. Nós por cá, durante perto de três horas, sentimo-nos a viajar pela Ásia, sem sair de Lisboa.
Restaurante pop up Tsukimi > Jardins em Lisboa > Reservas por WhatsApp: T. 93 568 5685 > qua-sáb 20h-1h