Aos 7 anos, Carlos Gonçalves já fazia bolos, umas argolinhas fritas que depois vendia para comprar rebuçados. “Vivia-se sem fartura”, lembra o chefe de cozinha do Erva, que não seguiu pastelaria porque não gostava de pesar os ingredientes. No restaurante do Corinthia Hotel, no qual se destacam os jardins verticais que forram as paredes, as madeiras e os quadros da artista plástica Rueff, aos almoços e jantares começam com o pão de trigo barbela da padaria Gleba. Há mais variedades, como as bolas com sementes e a broa de milho, boas para barrar com as manteigas de vaca e citrinos e de ovelha com sésamo e flor de sal. O pão é “guloso”, já se vê, mas é preciso guardar apetite para a refeição propriamente dita e que inclui, nas entradas, gambas marinadas, abacate e pele de frango crocante (€6) e as batatas bravas, tártaro de lulas e crème fraîche de lima (€5,50) – dois snacks também servidos no bar, que se acompanham com um copo de vinho, por exemplo.
A ementa assenta nos produtos portugueses, por isso a carne vem da região Norte, principalmente do Minho, uma origem que lhe dá “outra gordura e outro sabor”, descreve o chefe. Já o peixe é comprado na lota de Peniche e os legumes são cultivados na Quinta do Hortelão Oeste, em Torres Vedras. Nos pratos principais, a corvina, arroz de lingueirão e salicórnia (€16) tem o mérito de nos transportar até ao mar. E a pá de cordeiro de leite assada com batata aligot (€24), o prato mais pedido, “lembra um almoço de família”, diz o chefe, que antes de aceitar o convite do Corinthia Hotel trabalhou nos restaurantes do Ritz Four Seasons e do Grande Real Villa Itália Hotel & Spa, e no Bica do Sapato. No Erva, com cozinha aberta para a sala, tudo é preparado à vista dos clientes: “Não dá mesmo para esconder nada”, brinca Carlos Gonçalves.
Erva > Corinthia Hotel, Av. Columbano Bordalo Pinheiro, 105, Lisboa > T. 21 723 6313 > qua-dom 12h30-15h30, 19h-1h