Podem parecer iguais, mas o poké e o chirashi são bastante diferentes. Apesar de ambos os pratos terem como ingrediente principal o peixe fresco cru cortado em pedaços, até nisso há diferenças. No poké, receita tradicional do Havai, que os locais não se lembram de existir antes das décadas de 60 e 70, os pedaços de peixe são cortados em pequenos cubos. Aliás, a palavra poké significa mesmo “corte” e já agora, em inglês, lê-se “poukay”. No chirashi, 100% japonês, são as fatias retangulares, iguais às do sashimi, que cobrem o arroz de sushi com o ligeiro toque avinagrado. É uma desconstrução do rolo de sushi, até porque chirashi quer mesmo dizer “sushi solto”.
Enquanto no Havai o peixe é marinado num molho apetitoso (e que pode até ser picante, nas suas variações já mais modernas), no chirashi, é o peixe mais ao natural possível que se serve. Interessa apreciar a sua frescura e sabores, sem adição nem do tradicional molho de soja. A variedade de peixes também tem que se lhe diga, pois no poké é usada apenas uma proteína (atum, salmão, peixe branco, polvo, tofu), enquanto no chirashi podem ser incluídos diversos peixes na mesma taça – até porque, na sua origem, o chirashi servia para aproveitar peças menos nobres do peixe usado no sashimi.
Numa coisa estes dois pratos das ilhas do Pacífico, porém, são iguais: servem-se em pequenas taças e são para ser comidos com pauzinhos. E se em Londres, Nova Iorque ou Califórnia esta é considerada “comida de rua”, uma espécie de grab & go (pegar e levar), vamos ver como os portugueses se adaptam a este nova moda da comida saudável.