ARCÁDIA
É uma loja histórica, atrás da qual se esconde a mais antiga fábrica de chocolate da cidade. Com décadas de histórias desfiadas ao balcão, chegam clientes de diferentes gerações à procura de deliciosos bombons com recheio, de línguas-de-gato de chocolate negro ou de leite, e dos últimos lançamentos da marca.
Aqui o Natal chega sempre mais cedo, antes mesmo do verão, para “tornar possível a produção de 700 quilos de chocolate por dia”, explica Margarida Bastos. É ela quem gere a “linha de montagem” de bombons e trufas e nunca se perde a enumerar as variedades. “Projetamos a marca mantendo a qualidade e sem alterar os produtos”, sublinha. À entrada da loja, tal como noutros tempos, há moveis e azulejos recuperados da década de 30 do século XX. Ao fundo, para lá da porta de madeira, tudo mudou. Ali, prepara-se agora a inauguração, em janeiro, de uma sala de degustação de chocolate, que funcionará duas vezes por semana, com horário a definir em breve. Neste natal, os tradicionais azevinhos, as pinhas e os bonecos de neve reuniram-se numa caixa vintage e existe também uma casa de chocolate em cartão, onde se acomodam seis iguarias diferentes.
- R. do Almada, 63, Porto T. 22 200 1518
CASA GRANDE
Não param de surpreender. A cada nova época festiva, surgem sempre novidades, sem nunca se repetirem imagens dos anos anteriores. Para lá dos muros altos que resguardam a fábrica da Casa Grande, há um universo de fantasia a descobrir. Os diretores Fernanda Pereira e Luciano Barroso guiam a nossa visita por entre vacas de gesso, de tamanho real, presas às paredes, candeeiros em forma de garrafas de leite e um líquido a imitarchocolate a correr nas paredes. Aqui, tal como nas lojas, recriaram o universo que normalmente encontramos em França ou na Bélgica, com a fábrica a funcionar atrás da loja. Depois de vestida a bata e protegido o calçado, seguimos para o armazém, onde se sucedem oschocolates de “sabores gourmet”. Existem mais de 500 referências de tabletes, e as variedades de bombons já atingiram a centena, com sabores como o de maracujá e chocolate branco, o mais vendido na Casa Grande. Árvores, sinos, estrelas de arroz tufado e pirâmides contam-se às centenas. Ao lado, estão as pinhas, o “top de vendas desde há 3 anos”. “Não sendo um bem de primeira necessidade”, ochocolate “obriganos a inovar sempre, seja a nível de produto ou de embalagem”, diz Luciano Barroso, deixando para trás o assético andar das máquinas, a sala de visitas de decoração retro que remete para a imagem da marca, com utensílios de cozinha antigos, e a zona de embalagem e de encomendas.
Ali, só falta mesmo a plantação, notam em tom de conclusão.
- R. São João, Curros, Ribeirão, Famalicão T. 252 415 252
CHOCOLATE COM PIMENTA
Sem querer ser lamechas, fica a certeza: esta história é uma prova de amor. De Pedro Sousa, mestre chocolateiro, a Cristina Pimenta, sua musa inspiradora. Por ela, Pedro acreditou ser possível recomeçar do zero aos 42 anos. À experiência na restauração juntou o gosto pelo cacau negro, e fez experiências (muitas) com moldes caseiros, até arriscar vender os seus chocolates a amigos e empresas.
Quase dois anos depois, tem uma confeitaria a servir de montra à marca, uma fábrica, e uma sala de provas e degustação num antigo armazém municipal recuperado, em Vila Verde, terra de origem do casal. Para ver como se fazem os bombons, os clientes, que não param de chegar, devem agendar uma visita. Prepare-se para colar o nariz ao vidro e ficar com aquele sorriso tonto de criança.
Aqui não há duas peças iguais, sejam pinheiros em forma de cone, bombons aromatizados com azeite Acushla ou figos de Moncorvo cobertos de chocolate negro. De regresso à sala, com vista sobre o futuro parque de lazer da vila, reserva-se lugar a produtos de parceiros como a Paupério, Sweet Portugal, Fonte das Pias e Tia Minda. O segredo do sucesso, dizem, está na “dedicação a tempo inteiro, cerca de 20 horas por dia”. De lado, fica o cansaço, as madrugadas agitadas e as poucas horas de sono. “Com produtos artesanais é assim”, justifica Cristina Pimenta.
- Av. Prof. Machado Vilela, Vila Verde T. 253 312 017 . Ter/qui e dom 8h-20h, sex-sáb 8h-1h
EQUADOR
Na Equador já nos habituaram que cada nova coleção de chocolates vem acompanhada por uma história cheia de personagens e aventuras doces. Passadas na imaginária Vila do Lago, as peripécias do mestre chocolateiro António levam-nos agora direitinhos à época natalícia. Em Uma Corrida Contra o Tempo, não faltam bombons, cacau quente e tabletes com recheio de fruta. “Mais do que chocolate, vendemos um sonho, uma fantasia, um conto”, dizem Celestino Fonseca e Teresa Almeida. Nas lojas, incentiva-se agora o consumo dechocolate à mesa, servindo-se chocolate negro de textura macia numa tábua de madeira.
Outras sugestões para este Natal são os bombons recheados com o japonês yuzo, e as parcerias com a Graham’s e a Torrié.
É ao fundo da loja, no Centro Empresarial da Lionesa que se entra na fábrica da Equador. Por estes dias, Miguel Tedim, o mestre, não perde de vista os bombons que os aprendizes alinham na mesa. “Não pode haver falhas”, determina. Ao lado, embalam-se as últimas encomendas, com comentários de satisfação pela chegada da marca ao Japão.
- R. da Lionesa 445, Leça do Balio, Matosinhos T.22 201 8167
Outros
Bombonaria Bonitos
Criada há mais de três décadas pelo mestre chocolateiro Valdemar Bonitos, a Bombonaria Bonitos tem três lojas, duas no Porto e uma em Guimarães.
Os bombons continuam a ser feitos de forma artesanal na fábrica de Espinho, sem corantes ou conservantes, em pequenas quantidades e apenas para as lojas da marca. Este ano, há rolos de amêndoa crocante com laranja e massapan, patés de frutos cobertos dechocolate, e as mega tabletes com nozes caramelizadas e trufas, que não sendo novas, sabem sempre a novidade.
- R. Afonso Lopes Vieira, Porto T. 22 609 4568. Ter-sáb 10h-13h, 15h-19h;
- R. 31 de janeiro, 235, Porto T. 22 550 0749. Seg-sáb 10h-20h, dom 10h-14h;
- Centro Comercial S. Francisco, Al. São Dâmaso, Guimarães T. 253 096 172.Seg-dom 10h-13h, 14h-19h
Chocolataria das Flores
O Natal chega com árvores de chocolate decoradas com pimenta rosa, bombons de gengibre, canela e pimenta rosa.
Sendo todo o processo artesanal, Isabel Dias aceita encomendas personalizadas com recheio ao gosto do cliente, desde que se adaptem às receitas.
- R. das Flores, 121, Porto T. 22 018 5892. Qua-seg 10h-19h
Confeitaria Marbela
Rui Costa é mestre na arte do chocolate e dos bombons. Pinheiros de Natal recheados e bolas de trufas marcam esta época.
- R. 1.º de Dezembro, 71, Esposende T.253 963 274. Seg-dom 8h-20h30
Maria Chocolate
Hugo Sousa é quem assina as criações da Maria Chocolate. Sem loja própria, o projeto iniciado há menos de um ano, tem fábrica em Vila Nova de Gaia, não tendo para já visitas guiadas.
Brigadeiros, trufas, bombons e árvores de natal feitos artesanalmente podem ser encontrados em diversas lojas um pouco por todo o País, como as De Porto e Alma, Alvão Gourmet e Casa Cristina, no Porto. Ou online em www.mariachocolate.pt