O riso desbragado, o riso triste, o riso amarelo, o riso contrapoder, o riso impertinente, o riso filosófico, o riso dos palhaços e o riso involuntário, o riso físico, o riso com pouco siso. Todas estas possibilidades emanam da exposição Riso, projeto megalómano, abrangente e democrático.
Cruzando suportes sem desdenhar a reunião de meios mais populares (televisão, música ou os cartoons de jornais) com a produção plástica (pintura, fotografia, desenho, escultura.), quer chegar a todos os públicos. Dos 8 aos 80 anos. E o público vai, decerto, responder ao “potlatch” humorístico.
Ao todo, são perto de 500 obras e mais de 300 artistas, comissariadas por José Manuel dos Santos (Fundação EDP), os curadores e críticos João Pinharanda e Nuno Crespo, e Nuno Artur Silva, fundador das Produções Fictícias.
O humor opera, aqui, em dimensões tão diferentes como o espetáculo, o sexo, o poder, a linguagem. É assim que se veem os bonecos do Contra-Informação, representando vários presidentes da República (incluindo o boneco de Pinto da Costa…) ao lado de filmes de Chaplin, perto de obras de Ana Jota ou Ana Vidigal, à distância de um olhar às Nursery Rhymes criadas por Paula Rego, não muito distantes do poodle de Jeff Koons ou dos cães de loiça de Joana Vasconcelos.
Sem falar nos almanaques satíricos, nas evocações à poesia (Bocage e Cesariny, por exemplo), nos filmes de Woody Allen, nos sketches de Herman José ou dos Gato Fedorento. Um gesto largo, sem censura, que transforma a arte em território transfronteiriço, irrepremível, risonho. Ainda que este big bang de pistas, tão ambicioso, por vezes nos aprisione num labirinto circense, algo opressivo.
RISO
Museu da Eletricidade, Av. Brasília, Lisboa
T. 21 002 8130.
Até 17 Março 2013
Ter-Dom 10h-18h
Grátis