Percorro o Douro debaixo de uma onda de calor que oscila entre os 30º e os 40ºC durante o dia e continuo surpreendido pelo esforço humano que os vindimadores e vindimadoras suportam. Dou um salto a Lamego para visitar a Sé com as abóbadas pintadas por Nicolau Nasoni (o mesmo da Torre dos Clérigos e do Palácio do Freixo, no Porto, assim como do Palácio de Mateus, em Vila Real).
Junto à Catedral volto à Pastelaria da Sé afamada pelas suas bolas de Lamego, que teve a “ousadia” de as “modernizar” ou diversificar. Não há apenas a bola tradicional, mas também de fiambre, de galinha, de bacalhau e de sardinha. Dizem-me que a de sardinha é divinal (não provei); garanto que a de bacalhau é excelente. De seguida, passei pelas Caves Raposeira: sala de provas (enoturismo) renovada para os visitantes que querem conhecer os seus espumantes. Duas novidades absolutas:
Raposeira Blanc de Noirs Bruto 2006 *****
Está a chegar ao mercado ( já se pode comprar na loja das caves) este espumante branco vinificado e fermentado em garrafa a partir de uvas tintas da casta Touriga Franca e um estágio de cinco anos em cave. Uvas adquiridas pela empresa a viticultores do Douro, de vinhas velhas, que nos oferecem um espumante perfeito pela espuma sedosa, pelos aromas frutados e a frescura de sabores que esta variedade de uva proporciona. Entre este e o espumante de Touriga Nacional da Murganheira, o meu coração balança… Recorde-se que a Touriga Franca é a casta mais encepada nos vinhedos durienses, reconhecida como “a flor do Douro”, ou “a melhor amiga do enólogo”, representando 20% do encepamento da região. Este espumante da Raposeira coroa a bondade da Touriga Franca.
Raposeira Blanc de Blancs Bruto 2006 ****
Um espumante varietal da casta Malvasia Fina bem afinado e saboroso.
Com uma nova toilette nas garrafas, tanto o Raposeira Reserva Bruto (branco sem data de colheita) como Raposeira Rosé Bruto 2006 (ver crónica de 31 de março) continuam a exibir elevados níveis de qualidade a comprovar o renascimento da Raposeira, fundada em 1898.