Não é à toa que se tivesse dado o nome de Vila das Artes ao centro nevrálgico da Bienal de Cerveira. Vila Nova de Cerveira cresceu em redor da sua Bienal que já leva 30 anos e levou o nome deste povoado minhoto além-fronteiras. A prova são os artistas (cerca de 400), oriundos de 27 países, que concorreram a esta 16.ª edição. Foram selecionados 82 artistas, 115 obras, 14 países representados (a maioria de Portugal, Brasil, Espanha e Japão). Redes é o tema deste ano. “Redes de contactos, de artistas, de residências, transversais a uma rede digital.”
O intercâmbio cultural de saberes e experiências continua a ser o objetivo desta festa de promoção da arte contemporânea, que conta, este ano, com seis linhas curatoriais dirigidas por Carlos Casteleira, Fátima Lambert, João Mourão e Luís Silva, Orlando Britto Jinorio, Lourenço Egreja/Paulo Reis e Solange Farkas. E que passam, por exemplo, pelo intercâmbio entre artistas europeus e brasileiros, por trabalhos em comunidade, arte performativa e escrita na paisagem. O prémio Bienal de Cerveira tem o valor pecuniário de 10 mil euros.
José Rodrigues, um dos promotores da Bienal e fundador da Cooperativa Árvore, é o artista homenageado. Será apresentada uma faceta do artista menos conhecida, o seu trabalho na área da cenografia teatral, através de uma exposição de 16 maquetas no Convento de San Payo, além de uma conferência no dia 30. Outra das novidades é, também, o alargamento da Bienal a Vigo e ao Porto, depois de já ter extravasado as fronteiras de Cerveira na última edição. A opção de alargar a influência geográfica deve-se, segundo o diretor artístico, Augusto Canedo, à “vontade de fazer chegar o evento a um maior número de pessoas” da região Norte/Galiza.
Outra das particularidades desta edição é o facto de ser organizada pela primeira vez pela Fundação da Bienal, reconhecida pelo Governo em janeiro do ano passado. Conferências, debates, ateliês infantis às quintas (das 15h às 18h) e sábados (10h-13h) fazem parte do programa. Além de concertos: Madame Godard (30 Jul), Noiserv (10 Set), além do encerramento a cargo dos Terrakota (a 17 de setembro).
OS WORKSHOPS
Livro de artista (18-22 Jul)
Desenho de som e música digital (19, 20 Jul)
Vídeo do virtual ao real (21 e 22 Jul)
Pintura técnica mista (25-29 Jul)
Sensores e Arduíno (27, 28 Jul)
Cerâmica forno de papel (1-5 Ago)
Desenho de modelo (8-12 Ago)
Gravura (15-19 Ago)
Estamparia Artesanal (22-26 Ago)
Performance Art (4-9 Set)
BIENAL DE CERVEIRA
16 Jul-17 Set
Convento de San Payo, Fórum Cultural, Biblioteca Municipal Vila Nova de Cerveira, Palacete Viscondes de Balsemão – Porto
Casa das Artes Vigo
Inf: 251 794 633