Há cada vez mais vinhos brancos de grande qualidade em Portugal. No fi nal do século XX os vinhos brancos dominantes no panorama vinícola nacional surgiam com a tipicidade defi nida/imposta pela Câmara de Provadores da extinta Junta Nacional do Vinho, cujos efeitos se prolongaram para além da sua existência. Eram vinhos brancos pesados, de cor amarela acentuada, oxidados (“tipicidade”), sem aromas nem sabores frescos e frutados. Felizmente que a nova enologia rompeu com essa tradição do Estado Novo e nos proporciona hoje brancos de eleição.
É certo que para isso muito contribui a melhoria signifi cativa da viticultura e o maior conhecimento das melhores castas brancas portuguesas. Cinco exemplos a comprovar estes considerandos.
Dona Paterna Alvarinho 2009 *****
Um Alvarinho de Melgaço de excelência. Provavelmente é hoje em Melgaço onde nascem os melhores Alvarinhos, destronando a vizinha Monção.
Vallado Douro 2010 *****
Quatro castas: Rabigato, Verdelho, Viosinho (tradicionais do Douro) e Arinto (rainha em Bucelas) dão consistência e qualidade a este branco do vale do rio Corgo. Já a colheita de 2009 tinha sido excecional.
Vallado Moscatel Galego Branco Douro 2010 *****
Uma das castas brancas mais encepadas no Douro desde há séculos, que nos proporciona um vinho branco exuberante perfumado, frutado e saboroso. Também a colheita de 2009 tinha sido deslumbrante.
Terras do Pó Regional Península de Setúbal 2010 *****
Um branco de Palmela da Casa Ermelinda Freitas em que predomina a casta Fernão Pires, ligeiramente condimentada pelo Arinto. A relação qualidade-preço torna-o defi nitivamente excecional. Melhor que a colheita de 2009.
Herdade do Esporão Verdelho 2009 *****
É para mim a grande casta branca portuguesa, a par do Alvarinho e do Arinto. No Esporão esta colheita atinge um nível sublime.