Um estudo publicado na revista científica Proceedings of Society B: Biological Sciences afirma que formigas conseguiram detetar cancro na urina de roedores. Porque as formigas não têm nariz, estes insetos diferenciam estas pistas químicas com as suas antenas.
Os investigadores prepararam cobaias com enxertos de um tumor maligno da mama e treinaram 35 formigas da espécie Formica Fusca, que é comum no hemisfério norte, de forma a que estas associassem a urina das cobaias com tumores a uma recompensa doce. Durante os testes, estes insetos demoraram-se muito mais com a urina das cobaias com cancro, do que com a de cobaias saudáveis. Os cientistas mostraram-se surpreendidos pela eficiência e fiabilidade das formigas, dado que ao fim de poucos ensaios estas aprenderam a associação.
As formigas podem vir a ser usadas como uma ferramenta rentável para identificar cancros. “Elas são fáceis de treinar, aprendem depressa, são muito eficientes e não são dispendiosas de manter”, explicam os autores do estudo.
Pesquisas anteriores mostraram que cães, ratos ou até moscas da fruta podem detetar o cancro através de pistas olfativas na urina depois de terem sido treinados para o fazer. Além disso, estão a ser desenvolvidos dispositivos eletrónicos que podem identificar certos tipos de cancro – tais como da bexiga, da mama ou da próstata – a partir de amostras de urina.
Em Portugal, a qualidade dos cuidados oncológicos tem vindo a melhorar nas últimas duas décadas, em parte, devido a um melhor rastreio e tratamento do cancro. O relatório Estado da Saúde na União Europeia: Portugal, Perfil de saúde do país 2021, aponta que, antes da pandemia, o cancro do pulmão e o cancro colorretal foram as principais causas de morte. Em Portugal, os homens são mais frequentemente diagnosticados com cancro na próstata, cancro colorretal e cancro no pulmão, enquanto nas mulheres era detetado mais regularmente cancro da mama, cancro colorretal e cancro no pulmão.