Um estudo publicado na revista científica britânica JMIR Public Health and Surveillance descobriu um “aumento notável” da compra de analgésicos e medicamentos para a indigestão por parte de mulheres que foram, posteriormente, diagnosticadas com cancro do ovário. A investigação britânica, que envolveu 300 participantes e se prolongou por seis anos, constatou que o aumento na compra destes fármacos específicos ocorreu entre oito a nove meses antes do diagnóstico.
A sintomatologia mais comum desta doença é, segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, pressão e dores no abdómen, pélvis, costas ou pernas; abdómen inchado; náuseas, indigestão, gases, obstipação ou diarreia e cansaço. Sintomas genéricos que tornam o cancro do ovário difícil de diagnosticar. Daí o entusiasmo de David Crosby, chefe da investigação de prevenção e deteção precoce do Centro de Investigação do Cancro no Reino Unido, que vê neste estudo “um potencial entusiasmante para uma nova forma de detetar o cancro mais cedo e salvar vidas”.
O cancro do ovário é a sétima causa de morte feminina em todo o mundo, sendo esta patologia a que apresenta maior taxa de mortalidade. Em Portugal, o cancro do ovário é o nono cancro mais comum em indivíduos do sexo feminino e o oitavo mais mortal, apresentando uma taxa de mortalidade de cerca de 70 por cento. Este cancro atinge sobretudo mulheres no período pré e pós menopausa, resultando em 600 diagnósticos anuais.