A DIreção Geral da Saúde “comunicou à ministra [da Presidência], a intenção de passar o período de isolamento de sete para cinco dias”, tendo em conta que “a situação dos números da pandemia é de redução significativa do número de casos, ainda que mantenhamos um número de óbitos elevado, ainda acima do limite que tínhamos apresentado”, referiu Mariana Vieira da Silva em conferência de imprensa.
Portugal continua a ser o país europeu com o maior número de mortes por um milhão de habitantes e ocupa o oitavo lugar mundial. A média de novos casos diários ultrapassa 10 mil. Ontem, dia 30 de junho, registaram-se 25 óbitos.
A ministra disse também que a proposta técnica avançada pela DGS “tem por base uma avaliação sobre a variante, quais os dias em que incidência e risco de contágio são maiores, e comparação internacional”, explicou.
Dados da Health Security Agency britânica sugerem que dois terços das pessoas infetadas já não estão infecciosas ao fim de cinco dias de isolamento. Ou seja, ao fim de cinco dias, 31,4% dos casos positivos continuam a espalhar o vírus; ao fim de sete dias essa percentagem desde para 15,8%; e ao fim de 10 dias apenas 5,5% das pessoas continuam a poder contaminar outros.
Até agora, em Portugal, os assintomáticos e as pessoas com sintomas ligeiros podem sair de casa a partir do sétimo dia, sem precisarem de fazer qualquer teste, como acontece na França e em Itália, por exemplo. Em Inglaterra, na Alemanha e nos Estados Unidos da América, o isolamento é de cinco dias para assintomáticos, com a obrigatoriedade de usar máscara nos cinco dias seguintes, no caso dos EUA
No final de dezembro, o americano CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) recomendava a redução do isolamento para cinco dias em caso de doença assintomática ou com sintomas leves que já estejam resolvidos ao quinto dia (por exemplo, não ter febre há 24 horas). O CDC recomendou ainda que se usasse máscara nos cinco dias seguintes.
Em Espanha, os assintomáticos não precisam de ficar isolados, mesmo testando positivo (e na Madeira também não). A decisão pode ser muito útil para atenuar os efeitos económicos da pandemia, mas não tem sustentação científica – os assintomáticos também transmitem a doença.
A Organização Mundial de Saúde recomenda um isolamento de 10 dias para pacientes assintomáticos e sintomáticos, sendo que estes devem ficar afastados dos outros pelos menos três dias após o desaparecimento dos sintomas. A OMS tem contestado a redução, em vários países, do período de isolamento.
Quando à nova decisão portuguesa, aguardam-se os estudos do impacto económico que a redução dos sete para os cinco dias possa trazer às contas do País.