Num comunicado lançado este domingo, o Programa Conjunto da ONU sobre o VIH/SIDA, UNAIDS, considerou que alguma informação divulgada acerca dos casos de infeção humana por vírus Monkeypox, incluindo imagens e linguagem, é “homofóbica e racista”. Além disso, alerta o mesmo programa, a forma como a doença tem sido retratada pode agravar o estigma e prejudicar a resposta ao crescente surto.
O UNAIDS alerta que “uma proporção significativa” de casos recentes do vírus foi identificada entre homossexuais e bissexuais; contudo, as evidências disponíveis sugerem que as pessoas que estão em maior risco são as que tiveram contato físico próximo com alguém com o vírus “e esse risco não se limita aos homens que têm relações sexuais com homens”, lê-se no documento.
O programa afirma ainda que a divulgação de de fotografias de africanos e pessoas LGBTI “reforçam os estereótipos homofóbicos e racistas e exacerbam o estigma”. “O estigma e a culpa destroem a confiança e a capacidade de resposta eficaz durante surtos como este”, afirma o vice-diretor executivo do UNAIDS, Matthew Kavanagh.
“A experiência mostra que a retórica estigmatizante pode rapidamente desativar a resposta baseada em evidências, alimentando ciclos de medo, afastando as pessoas dos serviços de saúde e impedindo os esforços de identificar casos”, acrescenta.
O UNAIDS, criado em 1996 com o objetivo de criar soluções e ajudar no combate ao HIV, pede ainda aos meios de comunicação, governos e às comunidades para utilizarem uma abordagem baseada em factos e evidências que evite o estigma.