Um estudo conduzido pela Universidade de Bristol, na Inglaterra, comprovou que existe um aumento da gordura corporal nas mulheres cujos avôs ou bisavôs começaram a fumar antes da puberdade, através dos participantes do grupo Children of the 90s, com mais de 14 mil indivíduos.
Anteriormente, em 2014, um estudo já tinha revelado que a gordura corporal dos filhos – sexo masculino – poderia surgir do facto de o pai ter começado a fumar antes da puberdade, antes dos 11 anos de idade.
Os investigadores do atual estudo garantem que existe uma maior gordura corporal em mulheres cujos avôs ou bisavôs começaram a fumar antes dos 13 anos, em comparação com aquelas cujos ancestrais começaram a fumar mais tarde – entre os 13 a 16 anos. O estudo explora essencialmente o caso das mulheres porque não foi observado nenhum efeito em descendentes do sexo masculino.
A análise focou-se nas medidas de gordura e massa magra em mulheres com idades entre os 17 (aproximadamente no final da puberdade) e 24 anos (início da idade adulta). A massa magra foi usada como uma análise de sensibilidade ou resultado de comparação para avaliar se as associações com a massa gorda eram distintas daquelas mostradas com a massa magra.
Numa primeira fase, os investigadores procuraram também dados sobre as experiências de avós e bisavós, mas os dados não foram suficientes.
“Esta pesquisa fornece dois resultados importantes. Primeiro, que antes da puberdade, a exposição de um menino a determinadas substâncias pode afetar as gerações que o seguem”, refere Jean Golding, o principal autor do relatório. “Em segundo lugar, uma das razões pelas quais as crianças ficam acima do peso pode não ter tanto a ver com a dieta e o exercício, mas com o estilo de vida dos seus ancestrais ou a persistência de fatores associados ao longo dos anos”.
O presente estudo, garantem os autores, é apenas o início das inúmeras descobertas de como a exposição a substâncias pode levar a mudanças intergeracionais. “Se estas associações forem confirmadas também noutros conjuntos de dados, este será um dos primeiros estudos em humanos com dados adequados para começar a analisar essas associações e começar a desvendar a origem de relacionamentos entre gerações potencialmente importantes”, afirma Golding, acrescentando que “ainda há muito para explorar”.