Um dos principais imunologistas do Reino Unido defende que a variante Ómicron “já não é a mesma doença” que observávamos há um ano, referindo-se à versão original do coronavírus e subsequentes variantes, como a Delta.
John Bell, professor de medicina na Universidade de Oxford e parte da taskforce de vacinação no Reino Unido, diz ainda que as elevadas taxas de mortalidade devido à Covid-19 no Reino Unido ficam agora no passado.
“As cenas horríveis que vimos há um ano – unidades de cuidados intensivos cheias, muitas pessoas a morrer prematuramente – agora, do meu ponto de vista, são história e penso que devemos estar seguros de que é provável que as coisas continuem assim”.
Para Bell, apesar de as hospitalizações terem aumentado nas últimas semanas com a generalização da variante Ómicron, a doença “parece ser menos grave e muitas pessoas passam um tempo relativamente curto no hospital”. O médico acrescentou ainda, em declarações ao programa de rádio Today da BBC Radio 4, que menos pacientes necessitam de oxigénio de alto fluxo e a duração média dos internamentos baixou para três dias.
No entanto, é preciso não perder de vista o facto de que a aparente menor severidade da doença causada pela Ómicron não invalida a sua alta transmissibilidade – o que significa que o número de hospitalizações e mortes pode vir a aumentar, como alertam outros especialistas.
As declarações de Bell vêm numa altura em que, apesar do número crescente de casos, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, optou por não introduzir mais restrições até ao final de 2021.
A Ómicron ja é dominante em Portugal e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças alerta que a variante poderá vir a ser responsável por um número bastante mais alto do que o previsto de mortes e internamentos hospitalares durante os meses de inverno.