Os profissionais de saúde que já tiveram Covid-19 mostraram uma resposta imunitária a apenas uma dose da vacina da Pfizer/BioNTech seis vezes superior à dos que nunca estiveram infetados.
Para quem nunca teve Covid, a primeira dose assegura uma proteção equivalente a uma infeção prévia. Mas para quem teve, realmente, a doença, a primeira dose multiplicou por seis a resposta ao nível das células-T (que fazem parte da memória do sistema imunitário e são responsáveis por produzir anticorpos e desencadear um ataque a um vírus com o qual já tenham tido contacto, pela doença ou pela vacina) e por sete a resposta ao nível dos anticorpos, quando em comparação com quem nunca teve Covid.
Para os investigadores, esta conclusão reforça a importância da segunda dose da vacina para obter este efeito impulsionador da proteção contra a doença.
Daí não se conclui, no entanto, que uma dose baste para os que já estiveram infetados. Pelo contrário, a segunda dose garantirá, nesse caso, uma proteção “mais duradoura” e as duas doses é que garantem a ativação completa do sistema imunitário, aumentando a possibilidade de resposta também em relação às novas variantes do coronavírus.
A perda de eficácia da vacina em relação à variante sul-africana foi menos visível em quem já tinha sido infetado e tomado uma dose da vacina, o que leva os investigadores a acreditar que a segunda dose terá o mesmo efeito.
Apesar dessa necessidade “vital” da segunda dose, o estudo, uma extensão do “Siren” – uma avaliação da imunidade nos profissionais de saúde com infeção anterior pelo SARS-CoV-2 – sublinha que só a primeira confere uma proteção na ordem dos 99% nos 237 profissionais avaliados.