O primeiro grande estudo sobre a eficácia da vacina da Pfizer/BioNTech no “mundo real”, como afirmam os investigadores com todas as variáveis imprevisíveis que isso implica (versus as condições controladas dos ensaios clínicos) é animador: 94% de eficácia em todos os grupos etários, quando administradas as duas doses, e quase a mesma percentagem de redução dos casos graves da doença. A investigação foi realizada em Israel, que já leva dois meses de vacinação acelerada, tornando-se uma boa fonte de dados.
O estudo envolveu 1,2 milhões pessoas – 600 mil vacinadas e outras tantas por vacinar – e mostrou ainda que uma única dose apresenta 57% de eficácia na proteção contra as infeções sintomáticas depois de duas semanas.
Publicada esta quarta-feira no New England Journal of Medicine, a investigação, levada a cabo pelo Clalit Research Institute, com a colaboração da Harvard T.H. Chan School of Public Health, da Harvard Medical School e do Boston Children’s Hospital, a investigação chegou a resultados semelhantes aos ensaios clínicos realizados no ano passado.
“Ficámos surpreendidos porque esperávamos que, no mundo real, em que a população é mais velha e doente, os resultados não fossem tão bons como os obtidos nos ensaios clínicos controlados”, congratulou-se o principal autor do estudo, Ran Balicer, à agência Reuters. “Mas foram e a vacina funcionou igualmente bem no mundo real”, insistiu.
A investigação sugere ainda que a vacina é também eficaz contra a variante britânica, embora os cientistas sublinhem que, neste caso, não é possível especificar o nível de eficácia. No entanto, esta variante era a dominante em Israel quando os dados foram recolhidos.
Até agora, dos 9 milhões de habitantes de Israel, cerca de metade recebeu já a primeira dose da vacina e um terço já conta com as duas doses.