Mais uma vez, a tarefa de iniciar as apresentações dos especialistas no Infarmed coube ao diretor de serviços de informação e análise da Direção-Geral da Saúde (DGS). André Peralta Santos fez um ponto da situação otimista, em que revelou que todos os principais indicadores epidemiológicos (incidência de novos casos, mortes, hospitalizações em enfermaria e em cuidados intensivos) estão a descer.
Se na sua última apresentação no auditório da Autoridade do Medicamento, André Peralta Santos já trazia notícias de uma diminuição na incidência dos novos contágios por cem mil habitantes a 14 dias, desta vez confirmou-a. “Houve uma consolidação dessa descida. Estamos a falar de uma descida muito significativa”, disse, acrescentando que, a 20 de fevereiro, a DGS calculou que, por cada cem mil habitantes, existem agora 320 novas infeções de Covid-19.
A descida dos casos é comum a todo o território nacional, até à região autónoma da Madeira, a única destacada pela negativa na reunião anterior. Sendo que os municípios com maior transmissão ativa encontram-se em Lisboa e Vale do Tejo, no Centro e no Alentejo. O Norte tem agora uma incidência de “aproximadamente 240 casos por cem mil habitantes”, o que é “equivalente ao que teria a meio do mês de outubro”. A Grande Lisboa “está um pouco abaixo dos 480 casos por cem mil habitantes” e apresenta uma mortalidade superior à nacional “fruto da maior intensidade da pandemia” na região, explicou André Peralta Santos, que assumiu que a taxa de letalidade estava a descer no país todo (menos 37% de mortes por semana).
O mesmo acontece com as hospitalizações, quer em enfermaria, quer em cuidados intensivos.
As boas notícias estendem-se à analise territorial mais fina. O diretor de serviços de informação e análise da DGS revelou que 104 concelhos deixaram, nas últimas duas semanas, de estar num nível de risco “extremamente elevado”. Estando nesta situação agora 15 municípios.
Em relação ao contágio por faixas etárias, “mantém-se a descida”, continuando a ser o grupo dos mais de 80 anos o mais preocupantes e com o maior números de casos, “apesar da redução”.
Portugal registou, esta segunda-feira, mais 549 casos de Covid-19 e 61 vítimas mortais. Foram ainda consideradas curadas 2 187 pessoas, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde. Há mais seis doentes internados em enfermaria, elevando o número de hospitalizações para 3 322. Já nos cuidados intensivos estão 627 pessoas, menos 11 que no dia anterior.