“Independentemente de esperarmos que poucos necessitem deste tipo de ajuda, vamos introduzir uma cláusula de apoio financeiro no programa de vacinação da Covid-19”, anunciou na quinta-feira Gan Kim Yong, Ministro da Saúde do Governo de Singapura. O Estado garantirá uma indemnização de 225 mil dólares (cerca de 185 mil euros) a qualquer pessoa sujeita a um “raro acontecimento de efeitos secundários graves relacionados com a vacina.”
O Ministro enalteceu que esta não é uma medida relacionada com razões de segurança, mas sim para garantir “paz de espírito a quem vá tomar a vacina.” Para além desta indemnização de 225 mil dólares em casos de “morte ou incapacidade permanente causada pela vacinação”, Kim Yong também assegurou que qualquer pessoa que seja admitida nos cuidados intensivos do hospital depois de ser vacinada será indemnizada em 10 mil dólares (cerca de 8.200 euros).
Para estarem habilitadas a receber esta indemnização, as pessoas devem ser cidadãs de Singapura e residir permanentemente no território, ou ser portadoras de um visto de longo prazo. Para além disso, a vacina tem de ter sido administrada em Singapura, alertou o Ministro da Saúde.
Em dezembro, Singapura tornou-se no primeiro país da Ásia a aprovar a vacina da Pfizer, iniciando a sua campanha de vacinação no dia 30 desse mesmo mês. Até agora, mais de 113 mil dos 6 milhões de habitantes do país já receberam a primeira dose da vacina. Apesar de a vacinação ser voluntária, o Governo tem promovido uma forte campanha para chegar a toda a população: “a vacinação é segura e gratuita, assim como adequada para a maioria dos adultos”, assinalou o Primeiro-Ministro Lee Hsien Loong num vídeo publicado nas redes sociais. “Ao vacinarem-se, não só se protegem a vocês próprios, como os vossos amigos e família. Por isso, encorajo-vos a todos a recebê-la.”
Na sexta-feira, a Agência Europeia para o Medicamento sublinhou que a vacina para a Covid-19 da Pfizer/BioNTech não está ligada a qualquer morte pós-inoculação notificada nem apresenta risco particular para idosos. “Não foi identificada qualquer preocupação específica de segurança para a utilização de vacinas em indivíduos idosos frágeis”, lê-se num comunicado da EMA, no qual é sublinhado que “os benefícios na prevenção da Covid-19 continuam a superar quaisquer riscos, não sendo recomendada qualquer alteração sobre a utilização da vacina”.
O primeiro lote da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Pfizer-BioNTech chegou na última semana a Portugal e contempla 9.750 doses destinadas aos profissionais de saúde dos centros hospitalares universitários do Porto, São João, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central. Entre dezembro e o primeiro trimestre de 2021, que corresponde ao período da primeira fase definida pela ‘task-force’ responsável pelo plano de vacinação, Portugal espera receber 1,2 milhões de vacinas, distribuídas por três períodos: 312.975 doses no acumulado de dezembro e janeiro, 429 mil doses em fevereiro e 487.500 em março.