O anúncio foi feito esta segunda-feira por cientistas da empresa de biotecnologia norte-americana, que sublinha, no entanto, que é preciso agora fazer esta avaliação nas pessoas que já foram inoculadas com a vacina da Moderna.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que a variante inglesa mais contagiosa do novo coronavírus também parece estar ligada a uma mortalidade mais elevada, ao contrário do que se pensava inicialmente.
Na comunicação ao País sobre a interrupção letiva em vigor desde a passada sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, referiu que há um crescimento “muito acentuado” da estirpe britânica, cuja prevalência passou de 8% para 20% e poderá chegar aos 60% já esta semana.
Já a variante sul-africana teve o primeiro caso detetado em Portugal anunciado na passada sexta-feira. “O caso reporta-se a uma pessoa natural da África do Sul, residente em Lisboa, que foi diagnosticada a 7 de janeiro e atempadamente isolada, pelas Autoridades de Saúde de nível regional e local, no âmbito das suas competências de vigilância epidemiológica”, revela um comunicado conjunto do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O INSA, através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infecciosas, desenvolve uma vigilância de base genética para monitorizar a circulação de variantes genéticas do SARS-CoV-2 de importância epidemiológica e clínica.
O INSA refere que “esta nova variante genética do SARS-CoV-2 tem sido assinalada pelas autoridades de saúde mundiais como merecedora de especial vigilância dado o seu elevado potencial de transmissão”. “Além disso, alguns ensaios laboratoriais revelaram que esta variante poderá ser menos reconhecida por alguns dos anticorpos gerados no decurso de uma infeção, suscitando naturalmente uma preocupação acrescida”, refere o instituto.
As vacinas atualmente em administração tiveram em contas as primeiras variantes do coronavírus a circular, mas é mais ou menos consensual que deverão ser eficazes nas novas, embora sem certezas quanto à manutenção do mesmo nível de proteção.
Para esta análise da vacina da Moderna, os investigadores debruçaram-se sobre amostras de sangue de oito pessoas que já tinham recebido as duas doses recomendadas. As amostras expostas às novas variantes mostraram anticorpos suficientes para alcançar a neutralização do vírus.
Portugal recebeu há duas semanas as primeiras 8.400 doses de vacinas contra a Covid-19 produzidas pela Moderna.
A UE dispõe de uma carteira de oito potenciais vacinas contra a covid-19, entre as quais a da Pfizer-BioNtech, já aprovada e a ser utilizada na UE desde final de dezembro, a da Moderna, aprovada no início de janeiro e a desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca com a universidade de Oxford, que deverá também receber ‘luz verde’ da Agência Europeia do Medicamento até final do corrente mês.