A ameaça do confinamento começa de novo a circular à medida que a pandemia de Covid-19 continua a propagar-se. Portugal está a ver, esta semana, os seus dados epidemiológicos a dispararem de novo (casos, mortes, internamentos) e a Direção-Geral da Saúde (DGS) já esclareceu que os números não se tratam de acertos. São reais. Esta quinta-feira, dia 7 de janeiro, registam-se mais 9927 infetados e 95 mortos, de acordo com o boletim da autoridade de saúde.
Portugal confirma, assim, o segundo pior dia da pandemia em termos de novos casos, depois de esta quarta-feira ter ultrapassado a barreira das dez mil infeções diárias. A taxa de positividade dos testes de rastreio (relação entre os número de exames biológicos realizados e aqueles que deram positivo para o novo coronavírus) é agora de 14,4%, quando, em outubro, rondava os 7%.
Neste momento, há 93 360 doentes ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde; mais 6 356 do que ontem.
Também o aumento da letalidade já se faz sentir e os alertas de médicos têm sido constantes, antevendo um cenário dantesco dentro de oito a dez dias, uma vez que as camas nos hospitais e os profissionais de saúde começam a ser insuficientes. Os próximos dias vão ser “muito duros”, confirmava a ministra da Saúde, ontem.
O número de doentes hospitalizados com o novo coronavírus está a aumentar há seis dias consecutivos. Esta quinta-feira, estão internados 3 333 doentes com Covid-19, ou seja, mais 40 do que no dia anterior. Já nos cuidados intensivos há agora 514 pessoas – mais uma que na véspera.
No total, desde que a pandemia chegou a Portugal, em março do ano passado, registaram-se 456 533 casos, 7 472 vítimas mortais e 355 701 pessoas recuperaram da doença (mais 3 476 do que ontem).
A “situação alarmante” – como descreve hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS) – não é um exclusivo português e a autoridade de saúde internacional pede à Europa para “fazer mais” contra a disseminação da nova variante mais contagiosa do coronavírus, inicialmente detetada no Reino Unido.
“As medidas de base, que todos conhecemos, devem ser intensificadas para baixar a transmissão, aliviar nossos serviços contra a Covid-19 e salvar vidas”, pedia o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, em conferência de imprensa online.
Maioria dos novos casos e mortes em Lisboa e Vale do Tejo e no Norte
A maioria dos infetados portugueses das últimas 24 horas localiza-se, mais uma vez, na região do Norte (mais 3 554 – 38,8% do total) e em Lisboa e Vale do Tejo (3 501 – 35,3%). Seguem-se o Centro (mais 1 855), o Alentejo (574), o Algarve (348), os Açores (68) e a Madeira (27).
Quanto aos novos óbitos, dos 95, 38 tinham residência na Grande Lisboa, 27 no Norte, 17 no Centro, 10 no Alentejo e três no Algarve. Apenas uma das vítimas mortais (um homem) se encontrava na faixa etária dos 40 aos 49 anos. Todos os outros eram mais velhos, mantendo-se a tendência de serem as pessoas com mais de 80 anos as principais vítimas.