Os 5 números que nos devem preocupar:
- Pós-Natal: três dias seguidos com mais de 6 mil casos
Todos os governos da Europa tentaram conciliar a época de Natal com a prevenção da Covid-19, ao levantar determinadas restrições nos países. No entanto, Portugal foi dos países que mais liberdades concedeu: não impôs quaisquer limites aos aglomerados de pessoas no Natal, nem interdições de circulação. O resultado? Um pico nos casos, que ultrapassaram os sete mil no dia 31 de dezembro. Estes números levaram o médico Ricardo Mexia a admitir que este crescimento “tenha uma maior dimensão” em Portugal do que nos outros países europeus.
- Mais de 80 mil casos ativos e 510 internados nos UCI
No dia 4 de janeiro, Portugal contabilizou 80.008 casos ativos. Há mais de um mês que o país não atingia a barreira dos 80 mil casos. Paralelamente, contavam-se 510 pessoas internadas nos cuidados intensivos, o número mais alto desde o dia 26 de dezembro. Nelson Pereira, do Hospital de São João, no Porto, disse ao Público que “é certamente efeito da época natalícia.”
- 16 casos da nova variante do vírus
Por enquanto são poucos – mas não deixam de ser motivo para (alguma) preocupação. A estes 16 casos, juntam-se 18 outros na Madeira, noticiou a Agência Lusa no dia 3 de janeiro. Esta nova estirpe foi detetada pela primeira vez em dezembro no Reino Unido, um dos países europeus mais atingidos pela covid-19, sendo responsável por 62% das infeções só em Londres – o que levou Boris Johnson a decretar um novo confinamento total.
- Dezembro: o mês com mais mortes da pandemia
Em dezembro, morreram mais 403 pessoas de Covid-19 do que em novembro. No total, houve um total de 1998 óbitos em novembro, enquanto que em dezembro se contaram 2401 – o mês do natal contou com uma média de 77 mortes por dia. Assim, dezembro tornou-se no mês com mais mortes desde o início da pandemia.
- Mais de 96 mil internados em dezembro
À semelhança do número de mortes, dezembro também bateu o recorde de maior número de internados por Covid-19 desde o início da pandemia: 96.568, contando mais 10 mil pacientes internados do que em novembro. O número de internados nas Unidades de Cuidados Intensivos também revelou a mesma tendência, com mais 2.885 pacientes internados nos UCI em dezembro do que no mês anterior.
… E os 5 números que nos podem animar:
- Média de 34 mil testes por dia em dezembro
Novembro e dezembro foram os meses que bateram os recordes de testes para a Covid-19. Dia 23 de dezembro foi o dia que regista o maior número de testes de toda a pandemia: 59.249. No entanto, no dia 25 de dezembro o número de testes caiu para o menor valor do mês, com pouco mais de 9 mil testes realizados. A média diária de testes tem subido de mês em mês, apesar de novembro registar um número um pouco superior, de 37 mil testes diários. Os testes em massa têm sido a solução de vários governos para combater a pandemia.
- 32 mil pessoas vacinadas
No dia 6 de janeiro, Portugal já tinha recebido 159.900 vacinas, sendo estimado que até ao final do mês 499 mil doses da Pfizer sejam disponibilizadas para os grupos prioritários. Até ao momento, já foram vacinadas mais de 32 mil pessoas com a primeira dose da vacina contra a Covid-19, de um total de 66 mil doses distribuídas.
- Queda de casos em dezembro
Apesar de ser o mês com mais mortes de Covid-19 de toda a pandemia, dezembro registou uma descida de 23% dos casos de Covid-19 relativamente ao recorde de 156 mil casos do mês de novembro, registando um total de 113.216 casos – um possível efeito das restrições impostas pelo Governo. No entanto, o levantar de restrições no Natal provocou um pico nos últimos dias do ano, que se mantém nos primeiros dias de 2021.
- 349 mil recuperados
Em 10 meses de pandemia, Portugal já registou 436.579 casos de Covid-19, contando 7286 mortes. No entanto, contam-se até ao momento 349.110 recuperados da doença – um sinal positivo, entre tantos negativos.
- Investimento público recorde no SNS
O investimento público no Serviço Nacional de Saúde cresceu 96,1%, atingindo os 242,4 milhões de euros em novembro, “batendo recordes históricos”, anunciou o Ministério das Finanças no dia 24 de dezembro. Um maior investimento na saúde traduz-se em melhores condições nos hospitais para tratamento de doenças – tanto da Covid-19, como de outras.