A Direção-Geral da Saúde apresentou as recomendações práticas que as famílias devem adotar para terem um Natal mais seguro. Em dez pontos, os apelos do subdiretor-geral Rui Portugal focam-se na redução do número de contatos e no cumprimento das regras de uso de máscara, distanciamento físico e etiqueta respiratória.
Falámos com dois especialistas para suplementar alguns conselhos práticos para, como referiu Rui Portugal, esta “quadra em que temos de nos adaptar aos novos tempos e à situação pandémica em que nos encontramos”.
O virologista Pedro Simas é taxativo: “O maior conselho que posso dar é que as pessoas não se sentem à mesma mesa se não forem coabitantes.” Porque, prossegue, “ao fazerem o contrário estão a assumir o risco de transmissão”, já que para comer temos de “tirar a máscara” e é nessa altura que existe o “maior perigo de contaminação”.
Restringir o Natal aos contactos mais próximos é, também, a receita de Gustavo Tato Borges, médico de Saúde Pública. “Devem ser evitadas as festas com colegas de trabalho e com amigos de longa data”, diz. Usar as plataformas digitais para falar com familiares ou amigos é o “mais indicado” e não “ir à avó que está na aldeia é o mais seguro”.
O médico refere que esta “busca para fazerem testes antes do Natal é um erro considerável”, pois pode dar negativo, mas “a pessoa estar a incubar o vírus”.
Caso se juntem mais familiares, além, dos coabitantes, na mesma casa, a utilização de máscara é “obrigatória”, nota. “Nesse caso deve adotar-se um comportamento igual ao que temos num sítio público.”
Em casa, acrescenta, ventilar o espaço é fundamental, não dar abraços, nem beijos, e ter sempre a máscara posta. Em termos práticos, a mesa das refeições deve ser o “mais espaçosa possível”, com maior separação entre pessoas, e deve “ser posta e levantada pelos anfitriões”, assim como a arrumação da cozinha.
Quanto aos presentes, estes devem estar organizados por pessoa, e, quando for altura de os abrir, “cada um vai buscar os seus”.