Primeiro as boas notícias. Na abertura da reunião quinzenal, no auditório do Infarmed, em Lisboa, que junta especialistas, políticos e parceiros sociais, o diretor dos Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS), André Peralta Santos, começou por transmitir que o pico da segunda vaga de Covid-19 em Portugal já foi ultrapassado. Sendo que o máximo de casos por cem mil habitantes registou-se no dia 25 de novembro.
“Há uma boa notícia: há a consolidação de um pico. Atingiu-se a tendência máxima cumulativa no dia 25 e há já uma descida [da taxa de incidência de casos a 14 dias] que esperemos que seja consolidada nos próximos dias”, disse o especialista.
André Peralta Santos fez notar a mesma diminuição da incidência sobre os concelhos, tendo destacado melhorias principalmente na área metropolitana do Porto e de Lisboa. Pelo contrário, o Alentejo e a região de autónoma Açores apresentam “uma tendência crescente”.
Sobre o pico da letalidade, a informação não foi tão concreta: “o que seria de esperar é que o pico da mortalidade fosse depois do das hospitalizações. É necessário interpretarmos [os números] com alguma cautela e esperarmos pela informação dos próximos dias”.
Primeira faixa etária a atingir o pico foi a dos 20 aos 29 anos
A fase de maior incidência infeciosa terá acontecido na primeira semana de novembro, estimou a seguir Óscar Felgueiras da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que entrou na reunião por videoconferência. Sendo que, nos mais velhos, o pico demorou-se mais “prolongando o recurso às hospitalizações”.
A primeira faixa etária a atingir o pico de infeções foi, de acordo com o especialista, a dos 20 aos 29 anos, que alertou para o facto de haver “uma tendência de descida em todas as faixas etárias”.
Autoridades não sabem onde ocorreram 77% dos contágios
André Peralta Santos explicou ainda duranta a sua intervenção, através de um gráfico, que na semana passada as autoridades de saúde não conseguiram notificar a ligação epidemiológica em 77% dos casos. Ou seja, apenas 13% dos infetados sabem onde contraíram o vírus, continuando a maior parte dos contágios a acontecer em “contexto familiar”.
“Como o link é uma informação preenchida pelos médicos, pode estar com atraso”, apresentou como justificação o diretor dos Serviços de Informação e Análise da DGS.