O anúncio foi feito pela Organização Mundial da Saúde, a partir da sua sede em Genebra, na Suíça, esta semana: praticamente metade dos 4 milhões de novos casos de Covid-19 no mundo foram registados na Europa. Um valor que pode parecer avassalador, mas significa uma queda de quase 10% nas infeções, em comparação com a semana anterior. Tudo por causa das rigorosas medidas de confinamento adotadas um pouco por todo o continente, sublinhou aquela organização.
Segundo a mais recente contagem semanal da agência de saúde das Nações Unidas, nas 54 nações incluídas na região europeia, ocorreram 46 % da maioria dos novos casos a nível mundial, o que significa que houve um declínio dos casos. Uma quebra que a OMS atribui “ao reforço das medidas de saúde pública”, adiantou a organização, citada pela Associated Press.
A Áustria é o país onde ocorre o maior número de infeções e o Reino Unido é o primeiro país da região a registar um total de mais de 50 mil mortes. E aqui reside o outro lado da moeda: é que, apesar de os novos casos na Europa terem baixado, já a contagem de mortes aumentou substancialmente – com mais de 20 mil mortes por Covid-19, registadas em todo o continente só na semana passada.
Já no continente americano, a segunda região mais afetada, o número de casos aumentou em 40%, com mais de 1,45 milhão de novos casos – e morreram perto de 20 mil pessoas. A única região com uma queda de novos casos e mortes, na semana passda, foi o sudeste asiático.
Europa passo a passo
Os vários países europeus estão assim a colher os louros do investimento feito. Na Bélgica, que anunciou uma queda na contagem diária de mortes, desde a primeira vez desde o início desta segunda vaga, o virologista Steven Van Gucht, da agência de saúde governamental, precisou mesmo que a média diária de mortes no país era agora de 185 pessoas, um decréscimo de 5% em comparação com a média de há uma semana. Já em relação às admissões hospitalares, a descida é de 24% e as novas infecções são menos 39 por cento.
Nos países baixos, a queda é de tal forma que, sobretudo na região norte, as autoridades já estavam a considerar aliviar as restrições, mostrando-se prontos para reabrir locais públicos, como cinemas, museus, bibliotecas, jardins zoológicos e piscinas, que estiveram fechados duas semanas – ainda que com limitações quanto ao número de pessoas que podem receber.
Já na Alemanha, no momento em que se debatiam mais restrições para combater a pandemia, a polícia foi obrigada a disparar canhões de água contra manifestantes, que contestavam as medidas governamentais. O país foi muito elogiado pela sua atuação na primeira vaga, na primavera, mas, tal como em muitos outros lugares da Europa, nas últimas semanas, tem assistido a um forte aumento de novas infeções. No total, registaram-se mais de 830 mil infeções e mais de 13 mil mortes – ainda assim, um quarto dos valores registados na Grã-Bretanha.